A agência de notação financeira Moody’s estimou esta terça-feira que Portugal cresça apenas 2,1% em 2018 e 1,7% em 2019, com o país pressionado por uma dívida elevada e um fraco setor financeiro. Esta previsão fica abaixo da estimativa do Governo que aponta para que a economia portuguesa cresça 2,3% em 2018.

A Comissão Europeia e Banco de Portugal apresentam a mesma estimativa, e o FMI, ligeiramente mais otimista, prevê um crescimento de 2,4%. Em 2017, o PIB português cresceu 2,7%.

De acordo com um relatório sobre a economia divulgado esta terça-feira, que não toma qualquer ação sobre a notação de crédito da dívida soberana portuguesa, a recuperação da economia está em curso e as finanças públicas do país estão a melhorar. No entanto, sinaliza, o elevado nível de dívida, que deverá manter-se ainda elevado, próximo dos 117% em 2021, “um dos mais altos no universo de ‘rating’ soberanos e bem acima dos seus pares”, limita a capacidade do país suportar choques futuros.

Relativamente ao setor bancário, e apesar de reconhecer melhorias, a Moody’s considera que “continua a ser um dos eventos de risco chave para o perfil de crédito de Portugal”, uma vez que apresenta uma dimensão “relativamente grande”, um nível de crédito malparado elevado e uma rendibilidade ainda baixa.

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No mês passado, a agência de notação financeira Moody’s disse que o ‘rating’ atribuído a Portugal será melhorado se concluir que os progressos alcançados a nível orçamental e económico são sustentáveis, e se a redução da dívida for constante. A Moody’s tinha agendado uma revisão do ‘rating’ atribuído a Portugal, mas optou por não se pronunciar, mantendo a avaliação da dívida portuguesa em ‘Ba1’, uma notação que é considerada ‘lixo’.

Moody’s não aproveita data para atualizar “rating”, que fica em “lixo”

A próxima data prevista para que a agência norte-americana se pronuncie sobre Portugal é 12 de outubro, sendo que a Moody’s salienta que o calendário de avaliação é apenas indicativo. A agência norte-americana continua a ser a única entre as quatro maiores a atribuir à dívida pública portuguesa uma nota especulativa, quando a Standard & Poor’s (S&P), Fitch e DBRS colocam Portugal no patamar de investimento.