A relação entre a Louis Vuitton e a FIFA não começou ontem. Em 2010, ano em que o Campeonato do Mundo de Futebol se realizou na África do Sul, a marca fundada em 1854 deu a sua modesta contribuição. Pensado melhor, não foi tão modesta assim. A maison desenhou e construiu o baú que transportou o troféu do Mundial e repetiu a proeza quatro anos depois, quando a Taça Jules Rimet viajou até ao Brasil. Afinal, continua a ser essa a especialidade da casa francesa.

O saco Keepall, um clássico da Louis Vuitton, aqui com a geometria da bola do Mundial de 1970

Agora, com o campeonato na Rússia mesmo à porta, a Louis Vuitton anuncia a renovação da parceria, se bem que com alguns extras. Pela primeira vez, a marca desenha uma coleção de acessórios alusiva à história do Mundial e que estará disponível em algumas lojas, incluindo a de Lisboa, a partir de 14 junho, data em que a competição arranca com a seleção anfitriã a defrontar a Arábia Saudita. Resumindo: a Louis Vuitton foi à bola, mas não foi a uma bola qualquer. A histórica Telstar, da Adidas, estreou-se no Mundial de 1970, no México, e a sua geometria nunca mais desapareceu do imaginário futebolístico. No campeonato seguinte, na Alemanha, chegou a segunda versão, com uma melhor resistência à água, mas com o mesmo esquema geométrico que a liga ao Telstar, o satélite lançado pela NASA em 1962 e que acabou por inspirar a Adidas no design do esférico.

Telstar, a bola da Adidas que se estreou no Mundial de 1970, no México

E ele vive até hoje, tanto que está de regresso, 44 anos depois ter rolado pela última vez. O Mundial da Rússia tem como bola oficial a Telstar 18 (modernizada), enquanto a versão original acabou por contagiar a moda de luxo. Composta por sete peças, a coleção da Louis Vuitton quase replica a esquadria da bola de 1970. O padrão, composto por hexágonos de pele, recupera modelos já conhecidos da marca, como a mochila Apollo e o saco Keepall, cujas cores vão poder ser personalizadas durante o campeonato. Nem o famoso monograma não fica de fora. A linha inclui ainda uma pasta de mão, uma carteira, uma bolsa, um porta-cartões e uma etiqueta de bagagem.

Uma edição de colecionador (e de milionário também): reedições das 13 bolas dos campeonatos mundiais da FIFA desde 1970 e ainda um extra, uma bola desenhada pela Louis Vuitton

De volta ao baú, 2018 não será uma exceção. Pela terceira vez consecutiva, o troféu é transportado e exibido numa caixa feita em Asnières, nos subúrbios de Paris, onde há mais de 150 anos, laboram os ateliers da Louis Vuitton. Mas a prestação futebolística da maison não fica por aqui. Em conjunto com a FIFA e com a Adidas, foi feito um segundo baú, ao estilo das grandes Vuitton de viagem. Este vai ter 13 reedições de bolas utilizadas em campo no Campeonato do Mundo da FIFA desde 1970 e uma 14ª desenhada pela Louis Vuitton. Escusado será dizer que é uma edição de colecinador e que custa uma pequena fortuna.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR