As autoridades malaias completaram esta quinta-feira buscas em casa do ex-primeiro ministro Najib Razak, derrotado nas eleições legislativas de 9 de maio e alvo de suspeitas de corrupção.

Os agentes retiraram “vários objetos pessoais mas nenhum documento”, garantiu o advogado de Razak, Harpal Singh Grewal, citado pela agência de notícias malaia Bernama.

As buscas tiveram início na noite de quarta-feira em casa do ex-primeiro ministro, em Kuala Lumpur, e terminaram sem “qualquer mandado de prisão”, frisou o advogado. “Acreditamos que [a busca] foi realizada sob a lei de combate à lavagem de dinheiro”, disse Grewal, assegurando que Najib e a família cooperaram com a polícia durante a operação.

O recém-eleito primeiro-ministro Mahatir Mohamad, de 92 anos, impediu o antecessor de viajar para o exterior no passado fim de semana, alegando ter provas suficientes para investigar o envolvimento num alegado escândalo de corrupção. O ex-governante e a mulher, Rosmah Mansor, preparavam-se para viajar num jato particular com destino a Jacarta.

Em causa está o suposto desvio de cerca de 700 milhões de dólares (630 milhões de euros) de um fundo estatal de investimentos para as contas privadas de Razak. Entretanto, o ex-procurador-geral Mohamed Apandi Ali, que ilibou, em 2016, o ex-primeiro-ministro de qualquer responsabilidade nas acusações, já foi demitido por Mahatir Mohamad.

Uma auditoria do fundo estatal 1Malaysia Development Berhad (1MDB), divulgada esta semana, detetou irregularidades na gestão dos fundos, cuja suposta apropriação está a ser investigada em vários países, incluindo Estados Unidos, Suíça e Singapura. O triunfo eleitoral de Mahathir Mohamed afastou do poder a coligação que governava o país desde a independência (1957), a Frente Nacional, liderada por Najib Razak.

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