Não vão ser boas as notícias que Marchionne vai anunciar no próximo dia 1 de Junho, sobretudo para a economia italiana e para os trabalhadores transalpinos. Essencialmente, o CEO da companhia que resultou da fusão dos grupos Fiat e Chrysler, que hoje é mais americana do que italiana, vai informar que Itália não tem condições para acolher a fabricação de veículos de grande produção e preços baixos. O reputado executivo italiano, que salvou a Fiat e a Chrysler da falência, está a referir-se a modelos como o Fiat Punto, que sempre foi a coluna dorsal da Fiat, enquanto fabricante de automóveis.
A medida não é novidade para ninguém, conhecida que é a guerra sem tréguas entre Marchionne e os sindicatos italianos. Estes a exigirem melhores condições e o CEO a chamar a atenção que isso é uma impossibilidade, enquanto a produtividade não acompanhar as pretensões. É bom recordar que os sindicatos alemães têm conseguido reter alguns veículos de grande produção no seu país, apesar de terem salários ainda mais elevados do que os italianos, compensando isso com mais rigor e maior produtividade.
Numa fase em que Sergio Marchionne se prepara para reformar-se, não o fará antes de arrumar a casa, pelo menos no que respeita ao aparelho produtivo. Assim, as fábricas de Turim e Pomigliano vão passar a concentrar-se nos Maserati e Jeep, isto enquanto Melfi pára com a fabricação do Fiat Punto e Mirafiori com o Alfa Romeo MiTo, abrindo espaço para um segundo SUV da Maserati. O Fiat Panda troca Pomigliano pela Polónia, criando uma oportunidade para acolher o novo pequeno SUV da Jeep.
Mas as novidades de Marchionne podem não ficar por aqui, pois não falta quem anteveja uma forte aposta da FCA na marca Jeep, que o CEO aponta como possuindo grande potencial. Por outro lado, há quem considere que o futuro da Fiat passará cada vez mais por concentrar-se nas gamas 500 e Panda, idealmente cada vez mais alargadas.