O governador do Banco de Inglaterra afirmou esta terça-feira que a decisão britânica de sair da União Europeia (UE), tomada no referendo de junho de 2016, custou a cada agregado britânico mais de 900 libras (1.026 euros). “É muito dinheiro”, disse Mark Carney na comissão parlamentar de Finanças.

O governador explicou que a economia do Reino Unido registou uma contração de 1,5% a 2% desde o referendo, devido a medidas de estímulo tomadas pelo Governo e pelo Banco de Inglaterra face ao aumento do crescimento no resto da Europa. “É uma diferença razoável. No curto prazo, ao longo do último ano e meio, houve um impacto próximo do que esperávamos, mesmo com bons ‘ventos de cauda’ a empurrarem a economia” britânica, disse.

Embora tenha admitido que a baixa produtividade britânica contribuiu para travar a economia, Carney explicou que o ‘Brexit’ prejudicou a economia de duas maneiras. Por um lado, reduziu o valor da libra cerca de 15% em relação a um conjunto de moedas, o que fez aumentar o custo das importações, como alimentos e energia, fazendo a inflação subir de menos de 1% para mais de 3% num determinado momento.

Por outro lado, o ‘Brexit’ gerou incerteza, o que travou o investimento das empresas e consequentemente limitou o crescimento, apesar de a taxa de desemprego estar no seu nível mais baixo desde os anos 1970. Desde o referendo, o Reino Unido passou de economia com o crescimento mais rápido do grupo dos sete países mais industrializados (G7) para uma das economias com o crescimento mais lento, afirmou.

O Reino Unido prevê sair oficialmente da UE a 29 de março de 2019, iniciando nessa data um período de transição que se prolonga até dezembro de 2020 e durante o qual se mantém integrado nas estruturas europeias, como o mercado único.

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