O Satélite de Rastreio de Exoplanetas em Trânsito (TESS), o mais recente caça-planetas enviado para o espaço pela agência espacial norte-americana, já enviou para a Terra a primeira fotografia que captou enquanto testava as câmaras com que foi equipado. A imagem mostra 200 mil estrelas da Via Láctea, a galáxia onde fica o Sistema Solar, depois de o satélite ter completado uma volta em redor da Lua para aproveitar a gravidade e estabilizar na órbita final em torno da Terra. As próximas imagens do TESS devem chegar à NASA em junho. E serão essas as que vão arrancar com a nova odisseia em busca de exoplanetas.

Créditos: NASA/MIT/TESS

A imagem mostra a região sul da constelação de Centauro, uma parte da Nebulosa do Carvão no canto superior direito e a Beta Centauri, a segunda estrela mais brilhante da constelação de Centaurus e a décima mais brilhante do céu, no canto inferior esquerdo. Apesar de todos os corpos celestes representados nesta fotografia, para o TESS ela é tão insignificante como descobrir duas partes num puzzle com 1.000 peças: de acordo com o português Tiago Campante, que coordenou uma equipa de cientistas do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto envolvida no projeto, o TESS vai sondar 90% do céu. E isso simboliza uma área 400 vezes maior do que a mostrada na fotografia.

Entretanto, o TESS tem andado ocupado: daqui a pouco mais de uma semana, o satélite vai ser sujeito a mais um impulso para finalmente entrar na órbita prevista. Depois de estabilizar nessa órbita, que é muito elíptica, e de calibrar as câmaras, o TESS vai finalmente começar a missão de vasculhar o espaço em busca de planetas para lá do Sistema Solar que possam suportar vida. Ao longo de dois anos, uma parte desse trabalho estará nas mãos de uma equipa de astrofísicos portugueses que são os ‘olheiros’ do projetos: são eles que programam o satélite para saber em que estrelas se deve concentrar para encontrar corpos celestes que os orbitem.

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O satélite foi lançado a bordo de um Falcon 9 da SpaceX a partir do Cabo Canaveral a 18 de abril. Será um último passo antes do lançamento do Telescópio James Webb, um gigantesco projeto da agência espacial norte-americana que vai ser lançado em 2020 e que vai substituir o Telescópio Espacial Hubble.

Como a NASA precisa de Portugal para a nova missão caça-planetas