O presidente da Altice Portugal acusou o líder do seu principal concorrente, a Nos, de ter uma “postura agressiva e lamentável” ao defender que se a compra da Media Capital for aprovada pelos reguladores, tenciona fazer exatamente o mesmo. Isto apesar de ter atacado duramente o negócio junto da opinião pública e reguladores. Em causa está também a divulgação de informação confidencial, alegadamente feita pela empresa liderada por Miguel Almeida, cujo nome nunca refere.

Alexandre Fonseca, que foi ouvido esta quarta-feira no Parlamento sobre a aquisição do grupo dono da TVI, nunca identificou pelo nome ou pela empresa o alvo destas críticas, mas as afirmações feitas aos deputados das comissões de cultura e economia não deixam grande margem para dúvidas sobre a quem se referia. O gestor invocou em particular afirmações públicas feitas pelo presidente da Nos, no quadro das críticas e reservas levantadas à compra da Media Capital e que, no seu entender, indicam que Miguel Almeida pretende fazer o mesmo que a Altice. Isto se a compra da TVI pelo grupo de telecomunicações for autorizada pelo regulador da concorrência.

O presidente da Altice Portugal lamentou a divulgação de informação confidencial sobre o processo de análise ao negócio que está a ser feito pela Autoridade da Concorrência que foi “disponibilizada na praça pública de forma ilegítima por um responsável do setor”. Denuncia ainda a entrega dessa informação reservada aos deputados, “acompanhada por uma análise tendenciosa e curta” dos remédios propostos pela Altice. E lembrou ainda as acusações de “fraude” feitas pelo “nosso concorrente” em relação ao Governo, à Anacom e até ao Parlamento (pelo impasse na nomeação da administração do regulador da comunicação), a propósito da forma como está a ser avaliada a operação de compra da Media Capital, dona da TVI, pela Altice. Miguel Almeida já foi ouvido no Parlamento sobre as implicações desta transação.

Apesar destas acusações, Alexandre Fonseca diz que os remédios propostos pela Altice têm como finalidade “dar conforto adicional sobre algumas das preocupações levantadas pelos operadores de mercado pela autoridade na sua avaliação inicial”, nomeadamente no que diz respeito à pluralidade dos media e à garantia de acesso dos concorrentes aos conteúdos da Media Capital.

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