O Exército atuará de “forma enérgica” para retirar as barricadas montadas por transportadoras em greve há uma semana em várias estradas do Brasil, protesto que está a causar graves problemas de abastecimento, afirmou esta sexta-feira o ministro da Defesa brasileiro. Poucas horas antes, o Presidente brasileiro, Michel Temer, anunciou, numa mensagem televisiva proferida em tom solene, ter ordenado a mobilização das forças de segurança federais para desimpedirem as estradas do país.

“Não vamos permitir que a população não tenha acesso a produtos de primeira necessidade (…), que os hospitais não tenham os medicamentos necessários para salvar vidas”, explicou Temer.

Sublinhando que o executivo “aceitou as 12 principais reivindicações das transportadoras, que se comprometeram a pôr fim às barricadas imediatamente”, o Presidente referiu que “infelizmente, uma minoria radical continuou a bloquear as estradas”.

“O Governo teve a coragem de dialogar, o Governo terá a coragem de exercer a sua autoridade”, afirmou ainda Temer, recordando que os dirigentes sindicais assinaram na véspera um acordo para uma trégua de 15 dias, após sete horas de negociações.

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Ao quinto dia consecutivo de protestos, e perante as declarações do executivo brasileiro, a Associação Brasileira de Camionistas (ABCAM), um dos principais sindicatos do setor, veio apelar ao levantamento das barricadas, manifestando preocupação pela segurança dos motoristas envolvidos no protesto.

“A ABCAM, preocupada com a segurança dos camionistas, pede o levantamento das barreiras” e “que as manifestações continuem de forma pacífica, sem obstruir as estradas”, disse o sindicato.

A paralisação, convocada em protesto contra os elevados preços dos combustíveis e os aumentos consecutivos aplicados pela petrolífera estatal Petrobras, está a causar sérios constrangimentos ao nível do abastecimento de combustível ou de alimentos.

Mas também já obrigou ao encerramento de unidades de fabrico de automóveis e ao cancelamento de voos.

Segundo fontes aeroportuárias, mais de 70 voos em diferentes partes do país, incluindo na capital do país, Brasília, foram cancelados.

Durante o dia de hoje, também algumas escolas suspenderam as aulas e algumas cidades, como São Paulo, reduziram a frota de autocarros públicos para racionar o combustível.

Também hoje foi divulgado que a câmara municipal da cidade de São Paulo decretou “estado de emergência” para conseguir requisitar combustível.