A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa confirmou em comunicado as buscas ao Benfica, que levaram à constituição de 6 arguidos: 3 pessoas singulares e 3 pessoas colectivas.

Segundo a PGDL, “no âmbito de um inquérito, em que se investigam os crimes de branqueamento e fraude fiscal, foram emitidos 3 mandados de busca domiciliária e 5 não domiciliárias, de entre estes, dois às sociedades Sport Lisboa e Benfica SAD e Benfica Estádio Construção Gestão Estádios, SA.”

“Indicia-se suficientemente nos autos que estas sociedades, a coberto de uma suposta prestação de serviços de consultoria informática, realizaram várias transferências bancárias para uma conta titulada por uma outra sociedade, num valor total de 1.896.660,00€, montantes esses que acabavam depois por ser levantados em numerário. Esta última sociedade terá sido utilizada com o único propósito de retirar dinheiro das contas do Benfica”, lê-se no comunicado.

As buscas decorreram esta terça-feira, contando com 25 Inspectores da PJ. A investigação encontra-se a cargo da 8.ª secção do DIAP de Lisboa/sede com a coadjuvação da PJ – UNCC.

Segundo notícia avançada pelo Jornal de Notícias esta quarta-feira, esta nova investida das autoridades procura esclarecer vários montantes faturados ao Benfica por diversas empresas — ou seja, PJ e MP querem perceber se essas trocas de dinheiro foram motivadas por prestações de serviços ou se foram apenas uma forma de desviar dinheiro dos cofres encarnados.

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Na origem destas buscas estará uma denuncia anónima realizada há um ano e que agora está a ser investigada por um departamento especial, dedicado a crimes fiscais, da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Policia Judiciária. O jornal explica que as suspeitas se adensaram por causa dos montantes faturados ao Benfica por, pelo menos, duas empresas. Os responsáveis pela investigação tentam agora seguir o rasto do dinheiro para perceber se houve algum desvio de valores e, se sim, a que é que eles se destinaram. Uma possível justificação para estas trocas de dinheiro é adiantada pelo mesmo JN, que fala da hipótese de existir um “saco azul”, com verbas que poderão ter sido utilizadas para a realização de pagamentos informais.

Benfica faz queixa-crime por difamação

O Benfica anunciou que vai avançar com uma queixa-crime por difamação por a investigação sobre branqueamento de capitais e fraude fiscal visar apenas entidades que prestam serviços ao clube e não a instituição. “O Sport Lisboa e Benfica confirma que, no âmbito de uma investigação que envolve empresas terceiras, foi solicitada e recolhida informação junto dos serviços do clube pelo facto de serem entidades que nos prestam serviços”, lê-se no comunicado do clube.

Em comunicado, o Benfica nega estar a ser investigado “por suspeita de fraude fiscal e branqueamento”, denunciando “uma violação grosseira do segredo de justiça, desvirtuando factos e procurando centrar no Benfica a investigação”.

“Por tais razões avançaremos com uma queixa-crime no DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal) e requereremos que todos os agentes da Polícia Judiciária e todos os magistrados que intervieram nestas diligências colaborem connosco na descoberta da identidade destes criminosos por tendência”, prossegue o clube.

(actualizado às 12h45 com a reação do Benfica)