“Bem-vindo Rui”. Foi em bom português que o Wolverhampton anunciou, esta segunda-feira, a contratação de Rui Patrício. O guarda-redes português, que está neste momento ao serviço da Seleção Nacional no Mundial da Rússia, assinou um contrato válido por quatro temporadas com o emblema treinado por Nuno Espírito Santo.

O Wolverhampton já tinha tentado a contratação do guardião de 30 anos há cerca de três semanas, num processo que deu origem à rescisão unilateral do jogador com o Sporting, a 1 de junho. O acordo para a transferência de Rui Patrício estava já acordado por uma verba de 18 milhões que seria liquidada a pronto (o guarda-redes até tinha feito uma viagem relâmpago a Inglaterra para efetuar os habituais exames médicos), mas o negócio ficou encerrado quando o presidente Bruno de Carvalho tentou esticar o negócio até aos 20 milhões.

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Rui Patrício já rescindiu contrato de forma unilateral com Sporting

Poucos dias depois, Rui Patrício avançou mesmo para a rescisão unilateral — algo que não era a primeira opção para o guarda-redes — lançando as bases para uma onda de rescisões no clube. Depois do titular da baliza nacional, bateram também com a porta Daniel Podence, William Carvalho, Rodrigo Battaglia, Gelson Martins, Bruno Fernandes, Bas Dost, Rafael Leão e Rúben Ribeiro.

Das SMS e posts de Bruno de Carvalho ao que não se sabia da Academia: os argumentos de Patrício para a rescisão

Tudo aconteceu na sequência dos ataques à Academia do Sporting, em Alcochete, a 15 de maio. Na carta de rescisão, Rui Patrício diz que chegou a temer pela vida, sublinhando que o clube nada fez para evitar aqueles incidentes, não criando as “condições de segurança que se impunham face ao momento que se vivia à data”. Na mesma carta, o guarda-redes deixou críticas a Bruno de Carvalho — anexando várias mensagens trocadas com o presidente do clube — acusando-o de “atiçar a ira dos adeptos” contra si.

“[BdC] atiçou a ira dos adeptos contra mim”. Leia aqui na íntegra as 34 páginas da rescisão de Rui Patrício e Podence

Rui Patrício vai agora ser treinado por Nuno Espírito Santo, com quem se cruzou nos relvados nacionais quando o técnico esteve aos comandos do FC Porto, na época de 2016/17. O guardião reforça assim a lista de portugueses que jogam no emblema que esta época subiu à Premier League: Roderick, Rúben Neves, Rúben Vinagre, Ivan Cavaleiro, Hélder Costa e Diogo Jota.

Rui Patrício fez toda a carreira profissional, até agora, no Sporting, clube onde chegou no ano 2000 a troco de 1500 euros. Conseguiu convencer Aurélio Pereira, o homem-forte do recrutamento leonino — e que descobriu Ronaldo, Quaresma ou Futre, só para citar alguns. Rui Patrício vestia, na altura, as cores do Sport Clube Leiria e Marrazes, o emblema da terra onde nasceu, e onde começou por pisar terrenos mais avançados, acabando na baliza por um acaso.

A história de Rui Patrício. Ser guarda-redes porque outro amuou

Foi o acaso que lhe mudou a vida. Rui Patrício estreou-se pela equipa principal verde e branca ainda com idade de júnior, lançado por Paulo Bento, que tinha sido seu treinador nos sub-19. A estreia aconteceu a 19 de novembro de 2006, no Estádio dos Barreiros, frente ao Marítimo, e logo para defender um penálti. A estreia tinha sido promissora, mas só na época seguinte Rui Patrício assumiria definitivamete as redes leoninas — o que aconteceu até 1 de junho deste ano. Foram 12 épocas ao mais alto nível, em que o capitão leonino venceu cinco troféus: duas Taças de Portugal, duas Supertaças e uma Taça da Liga. Pela Seleção Nacional, Rui Patrício fez parte da equipa que se tornou campeã europeia, em 2016.