Rui Patrício, guarda-redes do Sporting que se encontra agora ao serviço da Seleção Nacional na antecâmara do Campeonato do Mundo, avançou com o pedido de rescisão unilateral de contrato com os leões. A informação dessa revogação de vínculo foi avançada pelo jornal Record na manhã desta sexta-feira e confirmada entretanto pelo Observador.

A gota de água neste processo terá acontecido esta quinta-feira. Já depois de ter visto a hipótese de rumar aos italianos do Nápoles cair por terra (num processo que chegou a ser confirmado na RTP 3 pelo novo diretor geral do futebol leonino, Augusto Inácio), o agente Jorge Mendes intermediou o interesse dos ingleses do Wolverhampton, equipa comandada por Nuno Espírito Santo que subiu esta temporada à Premier League, num negócio que envolveria valores muito semelhantes aos que estiveram em cima da mesa com o conjunto vice-campeão transalpino.

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No entanto, e quando estava tudo acordado para a transferência do jogador por uma verba de 18 milhões de euros que seria liquidada a pronto (daí que o guarda-redes tenha aproveitado para fazer uma viagem relâmpago a Inglaterra para efetuar os habituais exames médicos), o Sporting, através do presidente Bruno de Carvalho, terá esticado a corda para os 20 milhões, num movimento que apanhou de surpresa os restantes intervenientes no negócio.

Assim, e vendo mais uma vez a hipótese de sair de Alvalade gorada, Rui Patrício avançou mesmo com a rescisão unilateral de contrato, cenário que, como o Observador tinha explicado na semana passada, era apenas uma opção secundária para o número 1 leonino, que desejava sair por sentir que não tinha mais condições para permanecer no clube (e envergar a braçadeira) com a ideia de não querer também lesar o conjunto verde e branco. Queria sair a bem mas teve de forçar essa saída, um cenário que poderá não ficar limitado apenas ao guarda-redes, um dos jogadores mais encontros oficiais pelos leões.

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A certa altura, e depois de ser conhecida mais uma “bomba” em Alvalade, a CMTV chegou a anunciar que os responsáveis do Sporting teriam desligado os faxes, algo que, a ser verdade, nunca iria colocar em causa ou atrasar o pedido de rescisão, na medida em que essa mesma revogação foi feita por variadas meios, entre os quais email e carta registada.

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Ainda não são conhecidas oficialmente as razões invocadas pelo jogador para a rescisão unilateral, mas as mesmas não deverão diferir muito das que levavam Rui Patrício a querer sair do Sporting: 1) os acontecimentos ocorridos na Academia, onde existem vários relatos de companheiros de equipa dizendo que o guarda-redes seria um dos alvos procurados pelos agressores; 2) alguns episódios que antecederam essa invasão em Alcochete, nomeadamente a chuva de tochas perto da sua baliza no início do dérbi com o Benfica (algo que a claque Juventude Leonina negou que tivesse o número 1 como alvo) e a “espera” feita no piso -2 das garagens de Alvalade após a derrota na Madeira; 3) as ameaças de que terá sido alvo depois da polémica pós-Madrid, no seguimento do comunicado em resposta a Bruno de Carvalho.

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Da parte do Sporting, e como já tinha sido anunciado pelo próprio presidente leonino, existe a convicção de que não existem motivos para uma rescisão unilateral, prevendo-se uma batalha jurídica que já tinha sido deixada em aberto por Bruno de Carvalho quando, em conferência de imprensa, recordou o caso Bruma (e a vitória verde e branca nesse processo). No limite, e seguindo também as palavras que tinha deixado anteriormente, até poderá recuperar a figura dos processos disciplinares a alguns jogadores, algo que ficara congelado para não levantar mais ondas de choque neste contexto problemático.

Numa informação recolhida pelo Observador esta manhã, a ideia de haver uma rescisão em bloco do plantel do Sporting já tinha caído mas alguns jogadores que pretendiam avançar com essa desvinculação teriam colocado o dia 15 de junho como data limite para haver uma “solução”, que passaria sempre pela venda a outro clube. No entanto, esta situação de Rui Patrício poderá acelerar mais processos que estavam preparados e que não tinham ainda avançado em termos oficiais.

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