“Foi uma intoxicação alimentar”, explicou este sábado Marcelo Rebelo de Sousa, já refeito do desmaio que teve ao início da manhã em Braga. O Presidente da República disse aos jornalistas que esteve a soro, que ainda se sente fraco, mas recuperado, e que irá cancelar a agenda de hoje.

A causa do seu mal-estar, explicou, esteve relacionado com uma intoxicação alimentar que lhe causou desidratação. O problema de saúde associado ao calor que se fazia sentir no Santuário do Bom Jesus fez com que desmaiasse.

Senti que ia desmaiar a qualquer momento. Ainda pedi água mas já não deu para nada”, disse o Presidente.

Marcelo explicou que esteve a soro mas os médicos aconselharam a “não continuar o programa hoje” porque precisa de “mais hidratação”. “Sinto-me um bocado fraco”, admitiu.

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“Abrando hoje mas o resto está marcado. Vamos continuar”, disse o presidente da República, relembrando que não pode “pôr em causa a visita que tenho terça-feira” aos Estados Unidos, onde se irá encontrar com o presidente norte-americano Donald Trump. Marcelo relembrou ainda que vai visitar a seleção nacional de futebol à Rússia, “daqui a uma semana”.

O Presidente da República desmaiou este sábado, à saída de uma visita ao Santuário do Bom Jesus, em Braga, tendo sido transportado pelos seguranças, em braços, para um hotel próximo, constatou a agência Lusa no local. O desmaio ocorreu às 12h48, e a causa terá sido o excesso de calor. Marcelo começou por ser assistido no local pelo INEM e foi levado para o hospital de Braga “por precaução”.

“O Presidente da República teve esta manhã uma ligeira indisposição à saída da Basílica do Bom Jesus. Por precaução, seguindo conselho médico, deslocou-se ao Hospital de Braga, sendo de esperar uma adaptação do programa previsto para este fim de semana”, lê-se na nota entretanto publicada no site da Presidência.

O Observador confirmou junto da assessoria de imprensa da Presidência da República que a indisposição terá “provavelmente” acontecido devido às elevadas temperaturas que se faziam sentir em Braga aquela hora — cerca de 37 graus. Segundo informações relatadas pela CMTV, que estava no local, Marcelo terá pedido um copo de água momentos antes do desmaio. “O Presidente da República foi ao Hospital de Braga para confirmar o diagnostico de quebra de tensão que foi feito no local pelo INEM”, avançou fonte do gabinete da Presidência cerca de uma hora depois do sucedido.

O Presidente da República foi primeiro levado para um hotel nas proximidades, onde foi assistido por uma ambulância do INEM. Esteve “consciente” mas foi transportado para o hospital de Braga, por precaução. Segundo acabou por confirmar a Presidência da República numa nota publicada no site, a agenda do Presidente prevista para este fim de semana deverá sofrer alterações.

Menos de uma semana depois da formalização da candidatura das Festas de São João de Braga a Património Cultural Imaterial, Marcelo Rebelo de Sousa tinha previsto passar hoje o dia na cidade, começando por visitar o Santuário do Bom Jesus do Monte ao final da manhã.

A “reação vagal” de Cavaco, também em junho

Há precisamente quatro anos, a 10 de junho, situação semelhante acontecia com o então Presidente da República, Cavaco Silva. Estava na Guarda, a fazer o habitual discurso do dia de Portugal e das comunidades, quando se sentiu mal e caiu, tendo de ser levado em braços pelos militares ali presentes.

“O senhor Presidente da República sentiu uma reação vagal, da qual recuperou rapidamente, nunca tendo perdido a consciência e sempre manifestou intenção de concluir o seu discurso”, informou na altura à agência Lusa o major-general médico José Duarte, da Força Aérea, que assistiu Cavaco no local.

Acontece que nessas comemorações do 10 de junho, contudo, além do calor que se fazia sentir naquele jardim no centro da cidade da Guarda, havia outros focos de tensão. Dezenas de manifestantes rodeavam a cerimónia com cartazes a replicar frases como “Governo, rua”, ou “demissão, demissão”. Nem Cavaco escapava aos protestos: “Presidente incompetente”, lia-se noutras faixas.

Cavaco foi assistido no local pela equipa médica presente, e Passos Coelho, que na altura era primeiro-ministro, apressou-se a sair da tribuna para acompanhar a recuperação do então Presidente da República. Passou-se meia hora até que Cavaco voltou para o local e retomou o discurso, não tendo sido transportado para o hospital.