Out to Lunch
Rua de São Bento, 106, Lisboa. 91 075 3268. De segunda-feira a sábado, das 11h às 19h
Basta ter andado minimamente atento aos novos espaços que abriram no Porto, nos últimos tempos, para este nome lhe soar familiar. A Out to Lunch inaugurou há três anos, nas Galerias Lumière, e, mais do que uma loja com toneladas de roupa e acessórios, demarcou-se pela seleção exigente e original de Yoske Nishiumi, transversal às dimensões da moda, da decoração e do lifestyle. No último mês, a vontade de abrir em Lisboa concretizou-se. A nova loja tem o dobro do tamanho e novas marcas, vindas dos quatro cantos do mundo.
Yoske não é só o dono da loja, é também o seu curador. Em 2014, ele e a mulher, a designer alemã Svenja Specht, trocaram Berlim pelo Porto, três anos depois de terem conhecido a cidade. Foi amor à primeira vista. As vindas a Portugal ficaram cada vez mais frequentes, até que se mudaram definitivamente. Além das lojas, também Svenja instalou o seu atelier em solo portuense. A Reality Studio é hoje totalmente produzida em Portugal e um dos cartões-de-visita da Out to Lucnh. Em Lisboa, a marca de roupa unissexo ocupa uma boa parte dos expositores. As silhuetas sofrem influências nipónicas, lado a lado com uma pequena seleção de quimonos japoneses.
Em torno do casal, existe uma verdadeira comunidade criativa. Amigos, amigos de amigos e familiares de amigos compõem uma rede que chega até ao outro lado do mundo. Do Japão, chegam pequenas peças que dão forma a uma velha arte de costura chamada sashiko. A artesã tem mais de 90 anos e é avó de um amigo de Yoske. A australiana Blundstone, conhecida pelas suas botas resistentes, estão entre as marcas exclusivas da loja. Vindas de mais perto, encontramos também as peças da Welcome To My Neighborhood, um atelier de cerâmica criado por um francês em Lisboa, as malas e bolsas de Susan Bijl, de Roterdão, e ainda alguns essenciais do guarda-roupa canino. A marca chama-se The Painter’s Wife e é espanhola.
Mais do que etiquetas já conhecidas, a Out to Lunch mantém-se fiel à missão de divulgar marcas pequenas e independentes, incluindo projetos portugueses. No vestuário, a La Paz e a Selva são duas apostas fortes. Ainda na moda, é no calçado que a curadoria de Yoske mais salta à vista. Há ténis da Veja, marca francesa orientada para a sustentabilidade, modelos da linha mais exclusiva da Birkenstock e um par de sapatos de marca própria, acabado de sair da fábrica. Por enquanto, estão a ser produzidos no Reino Unido.
Nomad Goods
Rua dos Mastros, 27-29, Lisboa. De segunda-feira a sábado, das 10h às 18h
É complicado falar da nova Nomad Goods sem contar o percurso mais ou menos itinerante de Natália Vitorino, a proprietária. Morou dez anos em Londres, onde trabalhou como designer gráfica e de interiores para marcas como a Levi’s, a Adidas e a Topshop. Voltou a Lisboa, mas a mudança de rotina não foi lá muito pacífica. Foi passar um mês a Bali e veio de lá revigorada. Revigorada e cheia de ideias, entre elas, a criação de um espaço que fosse loja e mais qualquer coisa.
A Nomad Goods não é uma concept store ambiciosa, mas sim uma extensão da própria casa de Natália. Aliás, foi também pela dificuldade que sentiu em decorar a nova casa com peças originais e com pinta que desatou a contactar algumas das marcas mais cool que conhece. Com isso, acabou por trazer para a zona de Santos um cheirinho de outras paragens, a começar pelas não tão exóticas cerâmicas da HK Living, vindas diretamente da Holanda. O minimalismo nórdico e a boa onda dos trópicos parece ter ali um ponto de encontro. Da Indonésia, Natália trouxe taças feitas de casca de coco e colheres feitas em madeira local. A volta ao mundo não fica por aí e chega também à Califórnia, de onde vieram as tapeçarias do Slow Down Studio. Não é à toa que até custa imaginá-las no chão. Na realidade, foram feitas para tudo — pendurar na parede, decorar o sofá, servir de colcha na cama — menos para isso.
A mesa corrida denuncia um outro propósito, além de uma simples ida às compras. Natália quer que a Nomad Goods seja mais do que uma loja. Além de receber aqui os seus clientes, para quem elabora projetos de interiores de raiz, a porta parece estar aberta a qualquer um que queria tomar um café e aproveitar o wi-fi para trabalhar (ou não) e, claro, a companhia da anfitriã. A proveniência do café não foi deixada ao acaso. Resulta de uma parceira com a Fábrica Coffee Roasters, especialista em torrá-lo, moê-lo e em servi-lo a preceito.
Nuno Baltazar
Rua do Bolhão, 37, Porto. 22 606 5081. De terça-feira a sábado, das 10h30 às 13h30 e das 14h30 às 19h30
Nuno Baltazar trocou a Avenida da Boavista pela Baixa do Porto. Depois de ter mantido loja e atelier distantes do centro durante 14 anos, o designer rendeu-se à nova movida da cidade e acaba de abrir uma loja onde tudo acontece. Para trás, deixou um apartamento do final do século XIX, compartimentado e um tanto ou quanto intimidante para quem quer entrar “só para ver”. Nuno é o primeiro a admitir que precisava de mudar, sobretudo para uma zona comercialmente mais interessante.
Na Rua do Bolhão encontrou o espaço ideal: 140 m2, um espaço aberto, um interior com um toque industrial e uma parede central de espelhos que dá aso a efeitos de luzes e reflexos. Além da área principal, onde agora se pode encontrar as coleções de verão 2018 — feminina e masculina –, sapatos, óculos e marroquinaria, o espaço inclui também um novo atelier, onde o criador trabalha à porta fechada, e uma área dedicada ao atendimento personalizado. A sala está integrada na loja, mas em poucos segundos se fecha ao resto do mundo para, lá dentro, serem preparadas peças verdadeiramente especiais. Diz Nuno Baltazar que, agora, as pessoas ficam mais confortáveis em entrar.
Por estes dias, o designer, já com mais de 20 anos de carreira, não tem mãos a medir. Além da direção criativa da própria marca, ainda trabalha como consultor de moda para a Riopele e está também a desenhar o guarda-roupa do coro feminino do Teatro Nacional de São Carlos. Dentro de semanas, chega às lojas a coleção que desenhou para a Sport Zone. Uma oportunidade para ver Nuno Baltazar com outros olhos e, quem sabe, um pretexto para dar uma corrida até à nova loja, na Baixa.
WareHouse by Maria do Mar
Rua João Saraiva, 28A, R/C fundo, Lisboa. De segunda-feira a sábado, das 10h às 19h
Há menos de um ano, a Maria do Mar abria a primeira loja física, quatro anos depois de ter nascido como um site especializado em brinquedos, mobiliário e decoração para os mais pequenos. Ficava em Alvalade, o bairro que Mónica Albuquerque, a fundadora, voltaria a escolher na hora de abrir um segundo espaço. E que grande segundo espaço. Com 400 m2, a WareHouse by Maria do Mar faz jus às novas aquisições, ou melhor, aos artigos que, até aqui, só se podiam ver folheando um catálogo.
Afinal, o grande armazém tem uma história que, por sinal, não está muito longe do universo infantil. Em tempos, funcionou ali a fábrica da Confeitaria da Ajuda, lugar de onde saíam amêndoas de Páscoa e cubos de marmelada. Agora, as especialidades são outras. Camas, berços, armários, móveis trocadores e as famosas tendas índias — cabe tudo no novo armazém. O mesmo acontece com os brinquedos, que continuam a seguir a filosofia da casa. Resumindo, a Maria do Mar é pelos peluches, pelos bonecos articulados, pelos carros de madeiras e pelas cozinhas de brincar. Para Mónica, são as crianças as pilhas dos seus próprios brinquedos. Entre mobiliário, objetos de decoração, roupa, jogos e brinquedos, encontram-se algumas marcas portuguesas. É o caso da Bago, da Violeta Cor de Rosa, da Moleke e da Grace Baby & Child, reforços na oferta da nova concept store de Alvalade.
E porque espaço é coisa que não falta, houve possibilidade de pensar em todos os detalhes, das casas de banho munidas de trocador a uma zona reservada a amamentação, com aquecedor e biberões prontos a usar. A WareHouse by Maria do Mar não acaba na lista de comodidades para pais e filhos. A loja quer ter uma agenda própria e, a partir de setembro, as terças-feiras ficam reservadas aos workshops. A proprietária quer trazer para cima da mesa temas como o sono, a amamentação, o pós-parto, a nutrição infantil e as birras. Não o fará sozinha, haverá sempre especialistas na matéria a esclarecer os pais. As sessões vão implicar uma inscrição prévia, o custo dependerá da complexidade da sessão.
Ozadi Concept Store
Rua da Liberdade, 95, Tavira. 28 138 1770. De segunda-feira a domingo, das 13h às 22h
“Souvenirs”, “recuerdos”, “lembranças” — por quantos letreiros com estas palavras já passou quando visitava o Algarve? Muitos, provavelmente. O sul do país continua a ser o local predileto de portugueses e estrangeiros para passar férias e, como não poderia deixar de ser, férias sem compras são duas ideias impossíveis de separar. Foi precisamente com isso em mente que o hotel Ozadi, em Tavira, decidiu inaugurar uma concept store onde os hóspedes — e não só — podem levar um pouco do sítio onde estiveram para casa.
A Ozadi Concept Store estreou no início da primeira semana de julho e promete ser lufada de ar fresco na pequena e pitoresca cidade de Tavira. Localizada numa das ruas históricas da baixa tavirense, esta loja propõe-se a ser uma extensão deste hotel dos anos 70 que foi totalmente remodelado pelo arquiteto Pedro Campos Costa (remodelação essa que rendeu uma catadupa de prémios de arquitetura, como o Prémio Fomento de las Artes y del Diseño de Arquitetura, um dos mais prestigiados da Península Ibérica).
É então que numa antiga sapataria nasceu esta loja que combina sofisticação com simplicidade e que tem à venda produtos como a coleção de cerâmicas feita pela artista Teresa Pavão de propósito para o Ozadi, vários livros das editoras Rizzoli e Gestalten, vários produtos do Projeto Tasa (coletivo de designers e artesãos algarvios que cria peças inspiradas nas formas e materiais do antigamente mas com um toque mais contemporâneo), cerâmicas da Círculo Ceramics ou até as velas especiais (uma delas inspirada em Portugal) da britânica Earl of East London.
A realidade deste espaço, porém, vai muito além da simples venda de produtos de autor: aqui também se pode comer e beber o melhor do Algarve e Portugal, havendo, por exemplo, várias conservas, o licor de laranja Orangea (marca própria do Ozadi) e até o azeite da Quinta da Tapada Nova. Se a fome for demasiada saiba que pode sempre escolher alguns dos petiscos que aqui também são servidos, como uma tábua de queijos e enchidos ou uma dose das famosas cenouras algarvias. Tudo isto dará muito jeito se estiver à espera do transfer que o Ozadi disponibiliza entre o hotel e a baixa da cidade/praias, já que este será também o ponto de recolha de todos os veraneantes que o quiserem utilizar. Hospedes e não hóspedes vão poder também reservar aqui não só as experiências que o hotel propõe (como a observação de golfinhos, por exemplo) mas também o próprio alojamento.