Há 30 cargas de explosivos, três granadas ofensivas, duas granadas de gás lacrimogéneo e um disparador de descompressão que foram roubados em Tancos e que não foram encontrados no canavial da Chamusca, a 18 de outubro, avança a edição deste sábado do Expresso. Ao contrário do que foi avançado pelo Exército, ainda existe armamento militar na posse de desconhecidos, que “representa um perigo para a segurança interna”, afirmam os procuradores do Ministério Público no acórdão do Tribunal da Relação a que o Expresso teve acesso.

Em reação à notícia avançada pelo semanário, o Presidente da República emitiu uma nota no site da presidência na qual reafirma, “de modo ainda mais incisivo e preocupado, a exigência de esclarecimento cabal do ocorrido com armamento em Tancos”. Marcelo diz ainda que “tem a certeza de que nenhuma questão envolvendo a conduta de entidades policiais encarregadas da investigação criminal, sob a direção do Ministério Público, poderá prejudicar o conhecimento, pelos portugueses, dos resultados dessa investigação”.

O Expresso explica que há seis suspeitos do roubo militar de 28 de junho de 2017 sob suspeita e que, para o Ministério Público, “o material ainda à solta tem o potencial “de vir a ser utilizado na execução de crimes relacionados com as formas de criminalidade violenta ou mesmo atos terroristas, nomeadamente explosões de ATM, ataques com explosivos a carrinhas de valores ou a execução de atentados terroristas, como tem sucedido recentemente em vários pontos da Europa”.

O Exército recusou prestar esclarecimentos ao Expresso, explicando que a investigação ao furto ainda estava a decorrer. Há seis suspeitos do crime que estão sob vigilância, apesar de uma interrupção de três meses, entre fevereiro e maio.

Ao semanário, fonte da presidência disse que “a confirmarem-se essas informações, estão em causa as instituições responsáveis pela investigação, está em causa a própria investigação, e é ainda maior o dever de apuramento, pelo Ministério Público, de tudo o que se passou”.

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