Jaime Marta Soares, líder demissionário da Mesa da Assembleia Geral, vai recusar as candidaturas de Bruno de Carvalho e Carlos Vieira à presidência do Sporting enquanto os ex-dirigentes estiverem suspensos, ao mesmo tempo que sublinhou só saber o que se passava após falar com os jornalistas em Alvalade, a propósito da entrega das listas e assinaturas do anterior número 1 dos leões. Pedro Proença, mandatário do ex-presidente que queria validar esta quarta-feira as listas a sufrágio no dia 8 de setembro, afirmou que Marta Soares cometeu um ato ilegal e reforçou que a figura de “suspensão provisória” não existe nos estatutos do clube.

“Nestas condições não serão aceites. Pedro Proença, mandatário de Bruno de Carvalho? Não sei, não sei quem é, não conheço. O que sei é pela comunicação social quando isso é uma coisa que deve ser comunicada antes aos serviços, de que pretendem entregar as coisas. Só o presidente da Mesa da Assembleia Geral pode receber e nada foi comunicado, pelo que recomendo a terem cuidado com esses formalismos. Todas as listas legais irão ser aceites, todas as que tiverem o mínimo de ilegalidade não aceitarei”, garantiu Marta Soares esta tarde em Alvalade.

“Como neste momento está suspenso de qualquer atividade do Sporting Clube Portugal o senhor doutor Bruno de Carvalho, não poderei aceitar nenhuma lista encabeçada dele. Carlos Vieira? Também, exatamente. Dele e de todos os que estão debaixo das sanções disciplinares da Comissão de Fiscalização”, complementou.

Em paralelo, o presidente da Mesa abordou também a presença do advogado Pedro Proença, mandatário da lista de Bruno de Carvalho, nas instalações do clube. “Estamos num país democrático, as pessoas são livres, o Sporting é um espaço público… Terá de pedir autorização para ir lá acima, não sei se o acesso está autorizado mas será uma viagem sem êxito porque existem regulamentos. Não sei o que está aqui a fazer, até pode querer apenas visitar o estádio, parece que é sócio há meia dúzia de dias ou há um ano…”, atirou, admitindo até que soube da visita apenas em conversa com os jornalistas porque não pode receber ninguém enquanto se mantiver a suspensão.

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“É sabido que convidei os membros da Comissão de Gestão e da Comissão de Fiscalização. Se comentasse se vão ou não poder ir às urnas, estaria a falar mal contra mim. Não sei o que vão decidir. Não controlo, longe de mim porque estaria a prestar um mau serviço a mim e ao Sporting, que vou falar sobre isso. Só espero que, dentro das hipóteses, seja o mais rápido possível”, completou Marta Soares, defendendo que está a fazer “o que tem de ser feito”.

“Não entrou nas instalações no Sporting e recusou dizer-nos na cara que não aceita a candidatura de Bruno de Carvalho. Foi um desrespeito total pela candidatura e por quatro sócios que vieram cá com uma missão específica. O arauto da legalidade não tem de decidir se a candidatura é aceite ou não, só tem de receber a candidatura e depois colocar à consideração de quem acha habilitado para o efeito. Esta suspensão provisória é um disparate legal, não há nos estatutos nenhuma suspensão provisória. Nem a uma declaração a dizer que não podia sequer aceitar a candidatura tivemos direito”, diria Pedro Proença, em resposta à intervenção de Marta Soares.

“É bom que os sportinguistas percebam que este vai ser o Sporting do futuro, um Sporting que vai marcar diferença entre sócios, que vai marcar diferença entre sócios ‘com’ e ‘contra’, sócios de primeira e de segunda. Como sócios, nem se dignaram a receber pelos serviços. Veio aqui falar com vocês, evitou o confronto connosco e foi-se embora como se nada se passasse. Administrativamente, só tem de passar um papel a dizer se sim ou se não, não receber é um ato anti democrático”, prosseguiu o advogado que é mandatário da lista de Bruno de Carvalho, que irá também apresentar queixa depois do sucedido.