O novo Conselho Superior de Obras Públicas vai emitir parecer obrigatório de caráter técnico, económico e financeiro sobre programas de investimento e projetos de valor superior a 75 milhões de euros, anunciou hoje o Conselho de Ministros.

O Governo aprovou hoje, na generalidade, o decreto regulamentar que cria a entidade, que irá emitir pareceres não vinculativos, e incluirá, nomeadamente, representantes do Governo, concertação social, ordens profissionais, municípios, freguesias e ambientalistas.

Em conferência de imprensa, após a reunião do Conselho de Ministros, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, manifestou a vontade de a conclusão do processo legislativo possibilitar submeter o Programa Nacional de Investimentos a este novo órgão.

Em 19 de junho, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo iria aprovar em breve a constituição do Conselho Superior de Obras Públicas, visando auxiliar a qualidade da decisão política, mas pediu também “definição atempada” da estratégia de infraestruturas do país.

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Na sessão de apresentação do Programa Nacional de Investimentos no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) em Lisboa, o governante indicou a importância da qualidade da decisão política na definição de uma estratégia de construção de infraestruturas.

Nesse sentido, adiantou que o Governo “vai aprovar brevemente” a constituição de um Conselho Superior de Obras Públicas, com o envolvimento de diferentes entidades políticas, sociais e económicas.

“A decisão política tem de ser informada e qualificada tecnicamente, mas também com o envolvimento dos diferentes agentes que têm de se pronunciar sobre a definição das prioridades de investimento. O Conselho Superior de Obras Públicas não será exclusivamente composto por engenheiros especialidades em infraestruturas, mas nele se assegurará a participação dos parceiros sociais, dos representantes dos territórios (em particular das autarquias), associações ambientais e do conjunto das atividades económicas”, disse.

De acordo com o primeiro-ministro, o Conselho Superior de Obras Públicas “vai pronunciar-se obrigatoriamente sobre os investimentos de maior montante, de forma a que a decisão seja informada e suportada não apenas num consenso político alargado, mas também num consenso social e territorial”.

Além da qualidade da decisão política, o primeiro-ministro sustentou que o processo tem também de conhecer estabilidade, dando então como mau exemplo a questão do novo aeroporto de Lisboa, com décadas de debate entre a Ota e Rio Frio, depois, já mais recentemente, com a ideia que chegou a ser considerada como “megalómana” no sentido de se construir em Alcochete.