O Ministério da Saúde decidiu abrir mais vagas para novos médicos do que os profissionais que acabaram a especialidade este ano, para tentar captar clínicos que não tenham concorrido noutros anos e estejam no privado ou no estrangeiro.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde destaca que o concurso aberto esta quinta-feira para 1.234 novos médicos representa “a maior abertura [de vagas] dos últimos anos” e rejeita que tenham ocorrido atrasos neste concurso, adiantando mesmo que foi o “segundo mais célere” no Serviço Nacional de Saúde.

Em declarações aos jornalistas a propósito dos despachos publicados com a abertura de concurso para novos médicos, Fernando Araújo destacou que das 1.234 vagas há 378 para médicos de medicina geral e familiar, o que vai permitir que mais 500 mil utentes tenham médico de família.

O responsável lembrou ainda que se trata de um dos concursos com mais vagas abertas dos últimos anos, com um “aumento de 20% relativamente a 2016 e de 40% relativamente a 2017”. O número de vagas abertas é superior em 10% a 15% ao número de profissionais que terminou este ano o internato. O governante assume que o objetivo é “captar médicos que estão de fora do SNS”, sejam médicos que não concorreram no ano passado ou noutros anos, ou que estejam no exterior ou nos privados.

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Quanto às queixas dos profissionais sobre a demora na abertura do concurso, Fernando Araújo rejeitou as críticas, indicando que este concurso “foi o segundo mais célere do SNS”. De acordo com os dados do Ministério, o mais célere foi em 2016. Contudo, no ano passado, o concurso demorou cerca de 10 meses a ser aberto e as estruturas que representam os médicos temiam que o cenário se repetisse este ano. Embora reconheça que se pode melhorar o tempo de abertura dos concursos, o secretário de Estado estima que estes 1.234 médicos possam estar colocados nos hospitais e centros de saúde no final de setembro, quando em concursos passados os médicos eram colocados no final do ano.

Também foi publicado esta quinta-feira em Diário da República um diploma que estabelece as unidades de saúde de zonas consideradas carenciadas para os quais se podem candidatar médicos que terão incentivos financeiros adicionais e também incentivos de carreira.

Segundo os despachos abrem os concursos para os recém-especialistas, os hospitais do Algarve, de Évora, de Coimbra e o Centro Hospitalar de Lisboa Central são os que estão autorizados a contratar maior número de médicos. Para o Centro Hospitalar de Lisboa Central, que integra o S. José e a Alfredo da Costa onde ocorreram há 15 dias demissões de chefes de equipa, estão atribuídas 54 vagas para os novos médicos que concluíram a especialidade há cerca de três meses. Para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra estão autorizadas a abrir 47 vagas no concurso para os novos médicos. No Centro Hospitalar e Universitário do Algarve há vagas para 41 novos especialistas, estando definido o mesmo número de vagas para o hospital do Espírito Santo de Évora. Ao todo, o Governo autoriza a abertura de concurso para 856 médicos de várias especialidades hospitalares, sendo 17 delas para a área da saúde pública.

Foi ainda publicado em Diário da República o diploma que autoriza a abrir vagas para 378 novos especialistas em medicina geral e familiar para ocupar lugares em centros de saúde e unidades de saúde familiares.