O presidente executivo do CaixaBank, dono do BPI, indicou esta sexta-feira, em Valência, que gostaria que o banco português saísse da bolsa até ao final do corrente ano, uma evolução que está dependente dos prazos estabelecidos pela entidade reguladora.
“A nossa expetativa é de poder concluir [o processo de saída da bolsa] antes do final do ano”, disse Gonzalo Gortázar na conferência de imprensa em que apresentou os resultados semestrais do CaixaBank. O responsável do banco espanhol acrescentou que “os prazos dependem dos supervisores” e que esse calendário será respeitado.
Os acionistas do BPI votaram a 29 de junho, em assembleia-geral, a saída de bolsa do banco. O CaixaBank tem vindo a reforçar a sua posição no capital do BPI e anunciou na quarta-feira, numa informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que já detinha diretamente 94,641% do capital social e 94,650% dos direitos de voto do banco português.
Em fevereiro de 2017, o CaixaBank ficou com 84,5% do BPI na sequência do lançamento, em 2016, de uma oferta pública de aquisição do banco português.
O grupo bancário espanhol anunciou que obteve lucros de 1.298 milhões de euros no primeiro semestre de 2018, um aumento de 54,6% em relação ao mesmo período de 2017, com o BPI a contribuir com 76 milhões de euros para estes resultados.
Na informação que transmitiu ao mercado, o acionista maioritário do BPI explica que conseguiu estes resultados devido, principalmente, à melhoria das receitas básicas do negócio bancário, à contenção de custos, à redução das dotações e a uma maior contribuição do BPI.
O banco português contribuiu com 76 milhões de euros para o lucro total, quando no primeiro semestre do ano passado apenas tinha contribuído com três milhões para o mesmo resultado. Se se tomasse em consideração a totalidade das empresas participadas pelo BPI, a sua contribuição para o grupo seria de 252 milhões de euros.