Em julho de 2014, o Estado Islâmico tomou o controlo da cidade iraquiana de Mossul. Na primeira sexta-feira do Ramadão daquele ano, o líder da organização terrorista, Abu Bakr al-Baghdadi, dirigiu-se à Grande Mesquita daquela cidade para discursar pela primeira vez e declarar oficialmente instaurado o califado, exigindo a todos os muçulmanos do mundo que lhe obedecessem cegamente.

A bandeira negra da organização, com a inscrição “Não há nenhum deus além de Alá e Maomé é o seu mensageiro”, foi hasteada no topo da mesquita e a cidade tornou-se na capital de facto do Estado Islâmico no Iraque. A partir dali, a organização terrorista procurou expandir-se no norte do país invadindo, em primeiro lugar, dezenas de vilas e cidades de maioria cristã nos arredores de Mossul.

Foi na noite de 6 de agosto de 2014 — há exatamente quatro anos — que cerca de 150 mil pessoas, sobretudo cristãos, mas também muçulmanos e yazidis, tiveram de fugir de casa e procurar refúgio no norte do país, em Erbil (capital da região do Curdistão iraquiano) e noutras cidades mais longínquas, perto da fronteira com a Turquia.

John reconstruiu a casa, Steven e Marena vão casar. 4 anos depois, os cristãos voltam às aldeias que o Estado Islâmico destruiu

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Quatro anos depois, após as forças iraquianas — com o apoio da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos — terem retomado o controlo da região, milhares de famílias cristãs começam, lentamente, a voltar para as suas aldeias e cidades completamente destruídas e a tentar retomar as suas vidas normais. Otimistas, mas ainda com medo de que tudo volte a repetir-se — até porque o Estado Islâmico não foi totalmente erradicado do país.

O Observador esteve na região a acompanhar o processo de reconstrução da planície de Nínive, a região histórica da antiga Mesopotâmia onde ainda hoje vivem as raízes do Cristianismo. Veja na fotogaleria as imagens do rasto de destruição deixado pelo Estado Islâmico nas povoações cristãs do Iraque e do processo de reconstrução daquela região.

O Observador viajou para o Iraque juntamente com outros meios de comunicação europeus a convite da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS/ACN)