Bruno de Carvalho foi formalmente proibido de participar nas eleições do Sporting do próximo dia 8, mas existe agora um novo duelo em causa: será possível alterar os nomes dos dirigentes suspensos (além do antigo presidente, também Alexandre Godinho e Trindade de Barros foram sancionados pela Comissão de Fiscalização) ou toda a lista é “riscada”?

De acordo com a Mesa da Assembleia Geral, não há dúvidas de algo que há muito se percebera: todos os associados que estão nesta altura sob alçada disciplinar do clube não podem integrar qualquer elenco que se apresente a sufrágio. Aliás, o próprio Henrique Monteiro, coordenador da Comissão de Fiscalização, tinha ido mais longe numa entrevista ao jornal dos leões, dizendo mesmo que nenhum poderia sequer subscrever qualquer lista nos cadernos com o mínimo de 1.000 votos que têm de ser, por obrigatoriedade dos estatutos, entregue na altura da oficialização de uma candidatura.

No entanto, toda a lista do movimento “Feito de Honra – Leais ao Sporting” foi vetada pela Mesa liderada por Jaime Marta Soares, em consonância com a Comissão de Fiscalização e com os serviços do clube, o que faz com que nem sequer Erik Kurgy possa subir em termos hierárquicos a candidato número 1 ao Conselho Diretivo. Aliás, uma fonte do clube tinha confessado ao Observador alguma estranheza por ter sido apenas entregue uma lista com o nome de Bruno de Carvalho como proponente à liderança do Conselho Diretivo, sabendo-se que o antigo líder estava suspenso por um ano.

Ao invés, fonte oficial da candidatura “Feito de Honra – Leais ao Sporting”, que ainda não tinha sido oficialmente notificada de qualquer decisão até às 20h, explicou a interpretação diferente que existe: não haverá nada nos estatutos que impeça que o nome dos associados suspensos, neste caso dois no Conselho Diretivo (Bruno de Carvalho e Alexandre Godinho) e um na Assembleia Geral (Trindade de Barros), sejam retirados e exista uma subida na hierarquia dos restantes, mantendo os números previstos em todos os órgãos sociais. Aliás, terá sido por isso que as assinaturas em nome de Erik Kurgy, que começaram a ser recolhidas no sábado, continuaram como um plano B que não chegou a ser utilizado até ao fecho do prazo de entrega das listas.

O Observador sabe também que as outras listas já começaram a ser oficialmente notificadas da decisão do Sporting, estando algumas a receber a informação de que as candidaturas cumprem os requisitos e outras que terão de fazer correções.

“Jaime Marta Soares, para além de ser conotado como o emplastro de Portugal, é um violador de tudo aquilo que são regras e leis da democracia deste país. Não sabia que também era um idiota, no sentido de ser um homem cheio de ideias. Os portugueses já não têm paciência para ele. A nossa candidatura não está nada rejeitada, isto é mais uma golpada desse senhor que não é nada no Sporting. Que ninguém desmobilize, porque esta candidatura está para ficar e vencer no dia 8 de setembro. Não vivi a PIDE, mas de certeza que não foi pior do que Marta Soares, Henrique Monteiro, João Duque ou Rita Garcia Pereira. São tudo pessoas que vão ter de pagar pelo que andam a fazer. O que pode acontecer é que, perante estes atropelos, as eleições tenham de ser ligeiramente atrasadas. Esperemos não chegar a um ponto de impugnação, porque nunca foi essa a nossa intenção. A lei já obrigou esses senhores a recuar três vezes. Vão ter de ser obrigados a recuar muitas mais vezes”, comentou Bruno de Carvalho, em declarações à Sport TV, naquela que foi a primeira intervenção depois de ser conhecida a decisão.

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