Angola aumentou em quase 3% o dinheiro em circulação física no país entre junho e julho, equivalente a 11.373 milhões de kwanzas (36 milhões de euros), indicam dados oficiais compilados esta quinta-feira pela Lusa.

Segundo dados preliminares do último relatório sobre a Base Monetária Ampla do Banco Nacional de Angola (BNA), em julho estavam em circulação física no país 434.211 milhões de kwanzas (1.389 milhões de euros), contra os 422.838 milhões de kwanzas (1.352 milhões de euros) contabilizados em junho e os 451.708 milhões de kwanzas (1.445 milhões de euros) em maio.

A retirada de moeda de circulação pelo BNA é uma estratégia que permite valorizar a moeda nacional, travando a pressão cambial provocada pela cotação de moeda estrangeira (dólar e euro) no mercado paralelo, que serve de indicação a vários setores. Ainda assim, estes valores estão distantes, desde logo, do final de 2017, quando Angola tinha em circulação 527.550 milhões de kwanzas (1.690 milhões de euros).

Além disso, atualmente, a inflação acumulada, a 12 meses, em Angola, segue à volta dos 20% e só desde janeiro o kwanza angolano já se depreciou mais de 40% face ao euro.

A cotação do mercado paralelo e a taxa de câmbio oficial de divisas, face ao kwanza, têm vindo a convergir nas últimas semanas, com a aplicação do novo modelo de cambial flutuante, adotado pelo BNA a 09 de janeiro.

Angola vive desde finais de 2014 uma profunda crise financeira e económica, decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo. Atualmente, cada euro vale cerca de 312 kwanzas à taxa oficial, enquanto no mercado paralelo a transação (compra de moeda única europeia na rua) é feita à volta de 430 kwanzas.

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