José Maria Ricciardi chegou a Alvalade com a sua equipa, com destaque para o candidato a vice para o futebol José Eduardo ou o cabeça de lista para a Mesa da Assembleia Geral Miguel Frasquilho, e percorreu ao longo de cerca de uma hora a fila para votar, pouco depois de Frederico Varandas com quem se chegou a cruzar na zona do Alvaláxia (mais tarde, à saída, iria também ver Dias Ferreira, que chegou um pouco mais tarde e que esperava ainda para entrar na zona do hall VIP).
A caminho, o banqueiro não se coibiu de ir fazendo alguns comentários em conversa com alguns associados, numa espécie de balanço do que foi esta campanha. “Não toquei muito no aspeto financeiro mas um clube de futebol é uma realidade empresarial, para poder jogar ao mais alto nível e ser campeão tem que ter dinheiro. Então, com todo o respeito, o P. Ferreira ou o Belenenses não… O problema não se punha por aí. Toquei nisso por causa de ser campeão, é isso que queremos, mas estarmos num folclore a falar de coisas que não têm grande aderência à realidade quando temos que resolver o problema… Mas eu não quero fazer campanha e depois começo a falar disto e parece que já estou a fazer a campanha e hoje não é dia para isso”, referiu.
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“Primeira medida que tomarei se for presidente? “Falar com o treinador para saber exatamente o que ele pretende, que soluções ele pretende para vermos se conseguimos reforçar a equipa agora em janeiro para podermos lutar pelo título e sermos campeões nacionais”, salientou, prosseguindo: ” O nosso maior adversário, mais do que os nossos próprios rivais, são as divisões que nós temos. Seja qual for o resultado, contarão comigo para ajudar a que essa coesão se recupere, uma coesão que foi muito perdida. Bruno de Carvalho? Como está suspenso não pode votar, portanto não pode estar aqui nesta fila”.
Mais tarde, em declarações aos jornalistas já depois de ter votado, José Maria Ricciardi enalteceu a organização do sufrágio e o civismo que tem imperado. “Foi extremamente bem organizado, parabéns à Mesa. O que me impressionou mais foi o número de sócios presentes, é possível haver um recorde. Tenho grande esperanças e isto mostra a vitalidade e a grandeza clube apesar dos problemas recentes e de não sermos campeões há muitos anos. Ver gente de todas as idades é extraordinário. Sentimento? É um orgulho participar nestas eleições. Senti um grande civismo e vitalidade que me surpreendeu. Está a haver uma extraordinária afluência. Os rivais que me perdoem mas o Sporting é o maior clube de Portugal”, disse o candidato da lista B, antes de voltar a apontar baterias às palavras de Artur Torres Pereira, presidente da Comissão de Gestão.
“Aproveito para dizer que a comunicação social já retrata a lamentável atuação do senhor doutor Torres Pereira e da parte da Comissão de Gestão, que dizia que estava tudo bem, que estava tudo lindamente nas contas. Quando se lê o relatório que saiu, enfim, mais tarde, para não se ter tempo para comentar, a situação do Sporting é uma situação grave, os prejuízos continuam, a situação líquida está cada vez é mais negativa, as dívidas aos fornecedores são brutais. Quero que os sócios, quando forem exercer o seu direito de voto, tenham a absoluta a consciência que o que eu disse é rigorosamente verdade. Fico escandalizado com aquilo a que assistimos nos últimos dias por parte de pessoas que têm responsabilidades aqui no Sporting. Aproveito para dizer aos sócios: tenham consciência e vejam hoje os jornais e as análises até económicas que se fizeram sobre o relatório da Comissão de Gestão que engloba não só a SAD mas também a realidade do grupo Sporting”, apontou.
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Acho absolutamente lamentável que a Comissão de Gestão não tenha mantido a equidistância. As contas são de facto graves e a situação é de facto bastante complicada. Só se resolvem os problemas contando a verdade às pessoas e não escondendo. Quando temos um problema, temos de revelar. Sempre dissemos que temos soluções para ele. Mas tentar não revelar, disfarçar, atenuar, porque se tem a perceção que alguns candidatos não terão a mesma capacidade do que outros, acho lamentável e muito triste, sinceramente”, concluiu, destacando em contrapartida o exemplo de Sousa Cintra, líder interino da SAD.