A Sporting SAD registou um prejuízo de 19,9 milhões de euros na época de 2017/18, depois do lucro anterior de 30,5 milhões de euros, segundo o relatório enviado na madrugada de sábado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“A atividade da Sporting SAD gerou, em 2017/18, um resultado líquido negativo [prejuízo] de 19,9 milhões de euros”, afirma o presidente do Conselho de Administração da sociedade, José Sousa Cintra, na mensagem introdutória ao relatório e contas anual. Na época de 2016/17, a SAD do Sporting tinha registado um lucro de 30,5 milhões de euros.
Sousa Cintra informa que “em termos de capitais próprios, a Sociedade voltou a registar um valor negativo, após o desempenho positivo do ano anterior, fechando o exercício com 13 ME negativos, fruto do pior desempenho em termos de receitas e do aumento dos custos/investimento na equipa de futebol profissional”.
Em termos globais, o volume de negócios do exercício “totalizou 126 milhões de euros (dos quais 34 milhões de euros correspondem a transações com jogadores), o que compara com a época anterior, em que os rendimentos atingiram um valor recorde de 173 ME (93 ME provenientes da transação de jogadores)”.
Antes, Sousa Cintra aborda o desempenho desportivo da SAD, referindo que a equipa de futebol foi afastada das provas europeias e falhou a liderança e vice-liderança da I Liga, ficando em terceiro lugar, assim como a derrota na final da Taça de Portugal.
Estes resultados, segundo o dirigente, agudizaram a crise diretiva e dos órgãos sociais, levando à saída do ex-presidente Bruno de Carvalho na Assembleia Geral destitutiva de 23 de junho, bem como desportiva – com a rescisão de nove jogadores. No relatório e contas, que é conhecido no mesmo dia em que o Sporting vai a eleições, Sousa Cintra nota que “o registo de transferências de jogadores foi menos positivo do que na época transata”.
“O saldo entre as vendas e as aquisições, no presente exercício, foi negativo em 21 milhões de euros sendo que os gravíssimos acontecimentos de Alcochete em 15 de maio e a subsequente rescisão unilateral sem justa causa por parte de 9 atletas, limitou e condicionou a força negocial da Sociedade no sentido de garantir encaixes adicionais”, refere o presidente do Conselho de Administração da SAD leonina.
Sousa Cintra destaca a venda de Adrien Silva para o Leicester por 20,5 milhões de euros, e as compras de Marcos Acuña (10,5 ME, Matthieu (4 ME), Wendel (8,7 ME), Montero (1ME), Raphinha (6,5 ME), Bruno Gaspar (4,7 ME) e Viviano (2 ME).
Já no relatório do Conselho de Administração da SAD é destacada a redução do passivo global de 311 para 283 milhões de euros, a redução da dívida bancária nominal de 105 para 88 ME, e um volume de negócios anual de 126 ME.
No plano desportivo, aponta “a rescisão unilateral sem justa causa de nove jogadores” e o regresso de três [Bruno Fernandes, Bas Dost e Rodrigo Battaglia] com impacto positivo de 18 milhões de euros.