O El Niño, um fenómeno meteorológico que altera a distribuição das temperaturas na superfície da água do Oceano Pacífico e modifica pontualmente o clima, pode regressar este inverno, avisou a Organização Meteorológica Mundial. As Nações Unidas dizem que há cerca de 70% de probabilidade de um novo El Niño se começar a desenvolver nos próximos três meses. Mas não acreditam que seja tão intenso como o de 2015/2016, que de tão extremo que foi fez de 2016 o ano mais quente de que há registo. Ainda assim, pode ter “impactos consideráveis”.

As previsões da Organização Meteorológica Mundial baseiam-se no facto de a instituição ter reparado num aumento anormal da temperatura da superfície da água na região da Ásia-Pacífico, Europa, América do Norte, África e ao longo da costa da América do Sul. Nas contas dos meteorologistas, a probabilidade de um El Niño ser registado ainda este ano, entre outubro e dezembro, ronda os 71%, mas ela aumenta ainda mais entre março e maio de 2019: nessa altura, as probabilidades já batem nos 78%, de acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para o Clima e a Sociedade da Universidade de Columbia.

Nos anos em que ocorre um El Niño, algo que acontece em intervalos mínimos de dois anos e máximos de sete, chove menos do que é normal na América Central e no Caribe, em partes do sul da Ásia, leste da Ásia e do Pacífico, mas chove mais do que é esperado em regiões do sul dos Estados Unidos, no sudeste de África equatorial, na região do Golfo da Guiné, em África, no Oriente Próximo e em pequenas porções do interior da América do Sul. Na América do Norte, também se sentem invernos menos frios.

Este ano já começou com um La Niña, um fenómeno que, ao contrário do El Niño, provoca a diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico. Também ele tem uma influência vincada no clima mundial: há mais chuva no Brasil, na costa oeste dos Estados Unidos, na costa leste da Ásia, no Japão, na costa oeste da América do Sul e no Caribe; mas há um aumento das temperaturas na região este da Austrália e na costa leste da Ásia. No entanto, os efeitos da La Niña já estão a dissipar-se.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR