A realizadora francesa Marceline Loridan-Ivens, sobrevivente do Holocausto, morreu esta terça-feira em Paris, aos 90 anos, anunciou o advogado da família.
Marceline Loridan conviveu no campo de Auschwitz-Birkenau com Simone Veil, destacada figura da vida política francesa e defensora de um projeto de lei que despenalizou a interrupção voluntária da gravidez em França.
A cineasta, produtora e escritora, deportada aos 15 anos para um campo de concentração alemão, ficou conhecida por denunciar toda a vida a injustiça e a violência. Loridan e o pai foram detidos em Bollène pela Gestapo, em fevereiro de 1944. Depois de serem enviados ao campo de Drancy, nos arredores de Paris, foram deportados para Auschwitz-Birkenau, em abril.
Loridan entrou no mundo do cinema graças ao filósofo Edgar Morin, que a introduziu nas filmagens, com Jean Rouch, no documentário “Chronique d’un été”. Mais tarde, com o segundo marido, o holandês Joris Ivens, realizou importantes documentários sobre o Vietname e a China de Mao Tsé-Tung.
Em 2010, já viúva de Joris Ivens, representou o cineasta no DocLisboa, festival de cinema em Portugal exclusivamente dedicado ao documentário.