O candidato favorito a vencer a primeira volta das eleições presidenciais brasileiras, Jair Bolsonaro, deu esta segunda-feira à noite a primeira entrevista depois de ter sido vítima de uma facada durante uma ação de campanha. À TV Jovem Pan, disse que a facada foi “para matar” e referiu que o atacante “não agiu sozinho” e que sabia que “teria gente ao lado dele”.

Numa entrevista dada a partir de um cadeirão do hospital, e que contou também com a presença do seu filho e candidato a deputado Flávio Bolsonaro, o candidato do Partido Social Liberal alternou entre o discurso político, de combate ao crime e alguns momentos de emoção.

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“Acredito que ele não agiu sozinho. Ele não é tão inteligente assim, não”, disse, em relação a Adélio Bispo de Oliveira, suspeito principal do atentado de 6 de setembro, neste momento sob investigação. “A tendência natural de um ato como aquele é ele ser linchado. Então ele foi para cumprir a missão quase na certeza de que não seria. Não seria como? Sabendo que teria gente ao lado dele.”

“Ele deu uma facada e rodou. Para matar mesmo. O cara sabia o que estava fazendo. Por milímetros não atingiu veias que eu não teria como resistir”, acrescentou, sobre a facada.

Bolsonaro está hospitalizado desde que foi submetido a uma cirurgia de urgência no dia 6 de setembro. Entretanto, no dia 12, voltou a ser intervencionado.

Na entrevista, referiu estar à espera de receber alta no dia “31 de setembro” — um lapso do candidato, já que setembro tem 30 dias. Seja como for, não deverá participar em atos públicos até à primeira volta das eleições. “A recomendação é que eu não posso sair de casa. Se eu levar um esbarrão na rua com a situação que eu tenho aqui, pode botar tudo a perder”, disse. Ainda assim, referiu que vai fazer um vídeo em direto nas redes sociais a partir de dia 1 de outubro, a uma semana da ida às urnas.

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Por volta da altura em que esta entrevista era transmitida, o Ibope divulgou uma nova sondagem onde voltava a colocar Bolsonaro como o candidato preferido a vencer a primeira volta das eleições, marcada para 7 de setembro, com 28% dos votos. No entanto, o mesmo estudo demonstrava uma subida do candidato do PT, Fernando Haddad, que em três semanas passou de 4% para 22%. Além disso, o Ibope prevê que Bolsonaro perca contra todos os candidatos numa segunda volta — com a exceção de Marina Silva, com quem empataria a 39%.

Veja a entrevista completa aqui: