Levada pelo pai, o príncipe André, Eugenie subiu a escadaria da Capela de São Jorge com as costas ao vento. O vestido, desenhado por Peter Pilotto e Christopher de Vos, dupla criativa sediada em Londres, foi inspirado nas silhuetas de vestidos usados por outros membros da família real. Durante os últimos anos, a princesa tem mostrado ser fã do trabalho de Pilotto e Vos, ao usar criações da dupla em várias ocasiões. O modelo em questão tem a cintura bem marcada, graças à estrutura de corpete, manga comprida e um decote à retaguarda que revelou cicatrizes resultantes de uma operação à coluna.

As costas do vestido de noiva da princesa Eugenie © Toby Melville – WPA Pool/Getty Images

Aos 12 anos, a princesa foi submetida a uma intervenção cirúrgica à coluna, devido a uma escoliose. O momento foi marcante, já que sem essa correção, Eugenie, atualmente com 28 anos, teria ficado para sempre afetada, até na forma de se deslocar, pela disfunção. Como tal, desde o início que a neta da Rainha quis deixar parte dessas marcas visíveis. Num trabalho conjunto entre a noiva e os designers, o vestido foi desenhado com base nessa premissa.

Conhecidos pelos trabalhos minuciosos com bordados e estampagens, Pilotto e Vos começaram por desenhar o próprio tecido, utilizando símbolos de especial significado para a princesa — um Cardo da Escócia, em representação do carinho do casal por Balmoral, um Trevo da Irlanda, símbolo da família materna da noiva, e a Rosa de York, como forma de representar o lar do casal. Estes símbolos foram reinterpretados pelos designers numa grinalda e só depois aplicados ao tecido, uma mistura de seda, algodão e viscose. A composição seguiu para a região de Como, em Itália, dando origem à malha jacquard com efeito de brocado, visível nas imagens do casamento. A saia culmina numa longa cauda que brilhou enquanto Eugenie percorria o corredor central da capela.

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A tiara, como manda a tradição, foi emprestada pela Rainha. Em platina e diamantes e com seis esmeraldas, foi feita pela francesa Boucheron, em 1919, para a socialite britânica Margaret Greville e ao estilo da época. O kokoshnik estava na berra, popularizado pela corte imperial russa e disseminado por toda a Europa. A peça, batizada de Greville Emerald Kokoshnik Tiara, foi oferecida a Isabel II em 1942. Para completar este tesouro da coroa, Eugenie usou uns brincos de diamantes e esmeraldas, um presente do noivo, em antecipação da cerimónia. Quanto à aliança da princesa, foi feita a partir de uma peça em ouro galês oferecida pela Rainha.

Inspirada na estética russa do início do século XX,  Greville Emerald Kokoshnik Tiara foi emprestada pela Rainha © ANDREW MATTHEWS/AFP/Getty Images

Embora pouco visíveis debaixo da grande saia, os sapatos também foram cuidadosamente escolhidos. Em cetim e comum formato peep-toe, foram feitos pela designer britânica Charlotte Olympia. O bouquet, da autoria de Patrice Van Helden Oakes, é composto por lírios do vale, jasmim de Madagascar, apontamentos de pequenos cardos azuis, rosas brancas, ramagens de hera e raminhos de murta. Sonny-Jo MacFarlane penteou a noiva e Hannah Martin maquilhou-a.

[O vento pregou partidas no casamento real. Veja o vídeo:]