O diretor de campanha de Maria Begonha, a única candidata à liderança da Juventude Socialista (JS), anunciou o abandono do cargo que ocupava, na sequência da polémica dos erros que constavam na biografia da candidata, publicada no site oficial da JS. A decisão, diz Tiago Estêvão Martins numa publicação no Facebook, foi tomada para “encerrar definitivamente esta questão e dar voz aquelas que são as causas e as bandeiras desta candidatura”.
Estêvão Martins assegurou que “em momento algum tentou a Maria utilizar um título académico ou profissional que não correspondesse às suas habilitações”, reforçando que a nota bibliográfica disponibilizada à equipa de gestão do site “foi sequencialmente alterada por dois colaboradores não tendo nenhuma das alterações efetuadas sido feita com conhecimento da candidata nem da direção de campanha”.
Entendo que a forma correta de estar na vida é a de dar a cara por todos os projetos em que participamos e por aqueles que connosco trabalham. Assim, e ainda que me tenha sido desde a primeira hora transmitida toda a confiança no exercício das minhas funções, considero ser o mais benéfico para a candidatura o meu afastamento da função de Director de Campanha, para que se possa efetivamente encerrar definitivamente esta questão e dar voz aquelas que são as causas e as bandeiras desta candidatura”, referiu Tiago Estêvão Martins na publicação que fez no Facebook.
No centro da polémica está um mestrado em Ciência Política que Maria Begonha terá declarado ter mas, afinal, não concluiu. A também antiga deputada municipal socialista e assessora do vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Duarte Cordeiro, deu essa informação curricular errada por duas vezes: na sua página no Linkedin, onde diz que fez o mestrado em Ciência Política entre 2011 e 2012 na Universidade Nova de Lisboa, e na biografia da sua candidatura à liderança da JS, onde durante dois dias esteve a informação que tinha o “grau de Mestre em Ciência Política“.
Maria Begonha justificou, em declarações ao Observador, o erro na página com “gralhas” da responsabilidade do seu diretor de campanha e de quem gere o seu site. Mais tarde, um membro da campanha de Maria Begonha explicou que a informação no Linkedin foi um “erro da Maria”, que queria ter colocado “frequência do mestrado”, mas acabou por escolher a opção “mestrado”, quando estava a preencher no Linkedin o seu currículo.
Candidata a líder da JS e ex-deputada municipal do PS com falso título de mestrado