O presidente da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, Diosdado Cabello, acusou a atriz Angelina Jolie de trabalhar para a CIA e para o Pentágono, após a visita da atriz ao Peru para se reunir com os refugiados venezuelanos.

Foi no seu programa de televisão que Diosdado Cabello disse considerar Angelina Jolie um instrumento do imperialismo, acusando-a de trabalhar secretamente para Donald Trump:

São agentes do imperialismo, da CIA, o Pentágono e todas essas entidades que o imperialismo tem para colocar uma lágrima que corre pelos rios para que o mundo acredite que tocaram no coração de uma estrela de Hollywood”, disse Cabello.

A par disso, o presidente da Assembleia venezuelana, líder chavista, acusou ainda a atriz de não se preocupar “com os 43 milhões de pessoas pobres que vivem nos EUA”, assim como com “as crianças que estão a ser fechadas em celas” na fronteira entre o México e os EUA, devido à política de tolerância zero do presidente Donald Trump.

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Mas o governador não se poupou nas palavras: Cabello supôs que Angelina Jolie nem sequer sabia localizar a Venezuela no mapa. “Uma atriz que ama os venezuelanos e é amada por eles; se lhe perguntas quantos habitantes tem ou não tem o país ela não faz a menor ideia. Onde fica a Venezuela? Estou certo de que nem sequer sabes”, afirmou Cabello.

Diosdado Cabello terminou dizendo que a viagem da atriz era apenas uma estratégia para cobrir o fluxo dos 10.000 americanos da América Central que chegaram à fronteira à procura de asilo da Casa Branca. “Pensam que somos uma colónia porque enviaram uma atriz falsa à televisão para nos tentar enganar. Não se deixem manipular. Felizmente, somos muito conscientes”, concluiu.

Angelina Jolie visitou o Peru na semana passada, depois de a ONU a ter encarregado de avaliar a situação dos migrantes venezuelanos no país sul-americano.

ONU encarrega Angelina Jolie de avaliar situação dos refugiados venezuelanos no Peru

Durante a sua missão de três dias, Jolie reuniu-se com mais de 400.000 pessoas, que desde 2005 procuram refugiar-se do regime venezuelano em Peru.

Segundo dados da ONU, cerca de 1,9 milhões de pessoas fugiram da Venezuela nos últimos 3 anos para escapar à instabilidade do país e à violência, à pobreza e à corrupção que o assolam. Além disso, a organização avança ainda que cerca de 456 mil venezuelanos residem atualmente no Peru, em comparação aos seis mil que se encontravam no país em 2016.