A Lime, uma startup norte-americana de bicicletas e trotinetes partilhadas, tirou milhares de scooters elétricas das ruas nos EUA depois de ter descoberto que um pequeno número delas podia transportar baterias que pudessem explodir e pegar fogo.

A companhia declarou num comunicado, na quarta-feira passada, que em agosto teve conhecimento de um defeito de fabrico em algumas scooters, que poderia resultar na combustão lenta da trotinete elétrica, e, em alguns casos, até incendiar-se.

Segundo respostas da empresa ao The Washington Post, foram recolhidas 2.000 trotinetes, apesar de apenas uma pequena percentagem delas correrem o risco de entrar em combustão lenta ou pegar fogo.

Todas as scooters mais vulneráveis foram rapidamente retiradas de circulação. Até ao momento não houve clientes em risco”, disse a companhia no comunicado.

A companhia informou sobre outro problema: recebeu um relatório de um outro modelo de scooters elétricas que podia também correr o risco de ter falhas na bateria, sendo possível nesses casos que o veículo se destrua em altas velocidades.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Antes desse relatório, alguns trabalhadores da Lime, nos EUA, já tinham demonstrado a sua preocupação quanto a este produto e criticaram a empresa por não estar a fazer o suficiente para dar segurança absoluta às pessoas. Um deles, anonimamente, disse que todas as scooters deviam sair do mercado até que seja seguro usá-las.

Na lógica competitiva de mercado, as startups de trotinetes elétricas têm-se mostrado negócios poderosos a nível local, na medida em que as cidades reorganizam-se através de normas que garantem menos congestionamentos no tráfego. Contudo, segundo críticos deste crescimento exponencial do negócio, desde o aparecimento das scooters elétricas, registou-se um aumento na taxa de ocorrência de traumatismos cranianos e de ossos partidos. Na sua perspetiva, isto justifica-se pelo facto de as trotinetes terem sido desenhadas para uso pessoal e não para um público massivo.

Face às críticas, a indústria das scooters sublinhou que a segurança é uma prioridade e que carros causam mais mortes e danos que as ditas trotinetes elétricas. Numa entrevista, o mecânico da Lime disse que partilhou com os diretores da empresa que tinha receio de que as pessoas a quem a empresa paga para lhes carregarem a bateria das scooters durante a noite, em casa — conhecidos por “juicers” –, podiam não estar a par do risco de explosão das baterias. “Quando perguntei aos meus diretores se os íamos informar disso, tudo o que tive foi ombros encolhidos e a resposta ‘não sei'”, disse o mecânico.

De facto, o único caso conhecido até agora de uma trotinete ter-se incendiado registou-se na fábrica da companhia Lake Tahoe, a 27 de agosto deste ano.

A assessoria de imprensa da Lime não conseguiu ainda dizer ao Observador se foi recolhida (ou virá a ser) alguma das trotinetes que estão em Portugal, devido a algum destes dois problemas detectados.

As trotinetes elétricas da Lime chegam a Lisboa. Serão partilhadas entre 200 a 400 scooters