Lídia Pereira é economista, como Rui Rio, e tem no presidente do PSD uma das suas maiores referências políticas. Entrou para a política, tal como o líder social-democrata, através da JSD, e chegou agora a líder dos jovens da direita europeia. Aos 27 anos, Lídia Pereira tornou-se no sábado a primeira mulher e a primeira portuguesa a liderar o YEPP, a estrutura de juventude do Partido Popular Europeu. O YEPP integra 64 juventudes partidárias, incluindo a portuguesa JSD, a Forza Italia Giovani (a “jota” do partido de Berlusconni), a NNGG (a juventude do “PP” espanhol), a Fidelitas (a juventude do Fidesz de Órban), ou os Jeunes Républicains (do partido “Os Republicanos” de Nicolas Sarkozy).

Apelando à capacidade de síntese de Lídia Pereira, o Observador desafiou a nova líder da direita europeia a responder a 10 questões limitada à medida atual de um tweet (280 caracteres). Só em quatro casos não o conseguiu fazer, mas excedeu por pouco o limite proposto. Apesar das respostas telegráficas, defendeu que “ninguém terá dúvidas” que Rui Rio é o melhor candidato a primeiro-ministro que o PSD pode apresentar em 2019. Acusou o Governo de António Costa de “navegar à vista” e de não ter uma “estratégia de longo-prazo”.

Nas mesmas respostas, admite que a anunciada saída de Merkel da política “cria algum desconforto” devido à “incerteza” sobre quem a irá substituir. Em questões como a legalização das drogas leves, a eutanásia e até sobre a permanência de Viktor Orbán no PPE, Lídia Pereira defende-se e dá respostas politicamente corretas, certamente para não ferir sensibilidades das estruturas juvenis que integram a estrutura que  lidera desde sábado. Quanto ao formato, Lídia Pereira foi destemida após o desafio do Observador: “Vamos a isso.”

O que significa haver pela primeira vez uma mulher, e portuguesa, a presidir ao YEPP?

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Viktor Órban devia ser expulso do Partido Popular Europeu?

Entre Stubb e Weber qual é o melhor candidato para presidente à Comissão Europeia?

A anunciada saída de Angela Merkel da política é uma má notícia para a Europa?

Rui Rio é o melhor candidato que o PSD podia ter a primeiro ministro?

Como pode a Europa estar na frente da Revolução Digital se no top 15 das empresas de T&I ou nas 15 empresas de internet não há nenhuma empresa europeia?

Como avalia o desempenho do atual Governo português?

As drogas leves devem ser legalizadas na Europa?

É contra ou a favor a despenalização da Eutanásia?

O que pode a líder do YEPP fazer pela juventude em Portugal?

(Nota: Os “tweets” foram criados pela equipa do Observador apenas como forma gráfica de apresentar as ideias de Lídia Pereira e nunca foram publicados na rede social Twitter)

Voltando à história de Lídia Pereira, a nova presidente do YEPP, nasceu em 1991. Licenciou-se em economia na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, onde fez parte do núcleo de estudantes. Tornou-se membro da JSD aos 18 anos, tendo o então líder da “jota”, Duarte Marques, sido o proponente da sua ficha de inscrição. Assumiu as funções de diretora de Relações Internacionais da JSD durante a liderança de Simão Ribeiro e em 2017 tornou-se vice-presidente do YEPP.

Lídia Pereira tirou o mestrado em Economia Europeia pelo Colégio da Europa, em Bruges, e estagiou no Banco Europeu de Investimento, no Luxemburgo. A sua principal referência política é Francisco Sá Carneiro, mas rapidamente acrescenta outro nome: Rui Rio. A jovem foi apoiante do portuense nas últimas diretas e define o presidente do PSD como um “político íntegro”, destacando que trouxe para “a política o que faltava:uma política de verdade, com integridade”. Outra das suas referências é Marcelo Rebelo de Sousa pela sua “genialidade política”, lembrando que foi o atual Presidente que — como líder  do PSD — inscreveu o PSD no EPP, o partido-mãe do YEPP.

A referência política de Lídia Pereira a nível internacional é a chanceler Angela Merkel, que destaca que é uma grande “estadista”, que mostrou a sua fibra com a crise dos refugiados. “Teve a humildade de reconhecer que não sabíamos tudo”, afirma a portuguesa.