Quando se pensava que a crise desportiva do Mónaco não podia atingir piores proporções, eis que esta terça-feira o fundo foi ainda mais fundo. E a dois níveis, com efeitos nesta altura imprevisíveis para o futuro do clube liderado por Leonardo Jardim até outubro, depois de quatro anos e quatro meses de trabalho no Principado: à tarde, Dmitri Rybolovlev, proprietário do conjunto monegasco, foi detido; à noite, a equipa agora comandada por Henry foi goleada em casa pelo Club Brugge.

Presidente do Mónaco detido por suspeitas de corrupção

De acordo com o Le Monde, o magnata, que adquiriu a maioria do clube em 2011, foi detido juntamente com outras pessoas não identificadas por aquilo que é denominado de “Mónacogate”, com a suspeita de utilização de uma advogada russa para tentar influenciar as instâncias judiciais num processo colocado pelo empresário suíço Yves Bouvier. Ao mesmo tempo, o jornal adianta ainda que a casa de Rybo foi alvo de buscas esta manhã, num processo que teve início há um ano onde está indiciado pelos crimes de corrupção, tráfico de influência ativa e passiva.

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À noite, o Mónaco teve uma noite para esquecer. Para se ter noção do que aconteceu, desde 1966 que a formação de Principado não estava a perder à meia hora por 3-0 em casa (sairia derrotada por 5-1 frente ao Angers), acabando por ver a goleada confirmada na segunda parte com um golo de Vormer, que se juntou ao bis de Hans Vanaken e a outro de Wesley.

Com este resultado surpreendente frente aos belgas, após o empate a uma bola em Brugge, o Mónaco agora comandado por Thierry Henry (que continua sem ganhar depois de ter deixado a equipa técnica da Bélgica) ficou afastado dos oitavos da Liga dos Campeões e encontra-se numa situação delicada para alcançar ainda o terceiro lugar que dá acesso à Liga Europa – tem menos três pontos do que o adversário desta noite, além da desvantagem no confronto direto. Atl. Madrid e B. Dortmund, que se defrontaram esta noite no Wanda Metropolitano com triunfo dos espanhóis, somam nove pontos.

De referir que, depois do triunfo inaugural no Campeonato frente ao Nantes então comandado por Miguel Cardoso a meio de agosto, o Mónaco não conseguiu voltar a vencer esta temporada (três meses e a contar), com um total de cinco empates e dez derrotas nos derradeiros 15 encontros realidades entre Ligue 1 e Champions.

“Esta derrota é ainda mais preocupante do que a anterior porque não soubemos criar oportunidades durante o jogo, os meus jogadores recusam-se a jogar. O Reims venceu praticamente todos os duelos e jogou da maneira que deviam jogar, estando em casa. Da nossa parte, a vontade não estava lá. É uma situação difícil e ainda há muito a melhorar. O buraco é cada vez maior”, tinha admitido Henry após a derrota com o Reims para o Campeonato no último fim de semana.