Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) confirmaram esta quinta-feira a existência de problemas nos sistemas de informação do Serviço Nacional de Saúde, adiantando que o problema está a ser acompanhado no terreno por técnicos para resolver a situação.
“Nos últimos dias ocorreram alguns problemas nos sistemas de informação centrais do Ministério da Saúde que provocaram, em alguns momentos, instabilidade na utilização dos mesmos, condicionando o trabalho dos profissionais e das instituições de saúde sobretudo ao nível dos Cuidados de Saúde Primários”, afirmam os SPMS em comunicado.
Segundo os SPMS, estes constrangimentos registaram-se, sobretudo, na prescrição de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica, resultante do crescimento exponencial do projeto dos Exames Sem Papel.
“Diariamente são prescritos mais de 91.703 Exames. Ontem [quarta-feira], apesar dos constrangimentos registados, o número de Receitas Sem Papel emitidas manteve-se e o número dos Exames Sem Papel chegou aos 27% do total nacional. Estes números exigem alterações e melhorias constantes nos sistemas de informação para garantir o crescimento sustentável deste projeto”, afirmam no comunicado.
O esclarecimento dos serviços partilhados surge na sequência de denúncias feitas pela Ordem dos Médicos e pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), em que alertavam para “o caos” que esta situação está a causar nos centros de saúde e hospitais, e que levaram hoje o Bloco de Esquerda a questionar o Ministério da Saúde.
Os SPMS adiantam que o problema tem tido um acompanhamento constante no terreno por “parte das equipas técnicas, procurando as melhores soluções de modo a reduzir o impacto nas unidades de Cuidados Saúde Primários”.
“As redes locais com mais de 15 anos têm sido identificadas como as causas principais em muitos casos de reportes, falha de resposta e velocidade, em vários ‘softwares’, que em alguns casos sofrem com a existência de muitos postos trabalho ainda com versões ‘Windows XP’ e ‘Windows 7’, sendo conveniente o ‘upgrade’ das mesmas nas substituições dos Cuidados de Saúde Primários pelas Administrações Regionais de Saúde”, refere o comunicado.
O documento assegura ainda que os SPMS estão “a trabalhar na evolução, consolidação e melhoria dos sistemas” e empenhados “antecipar-se aos problemas e procurar as melhores soluções informáticas para profissionais de saúde, garantindo uma estabilização progressiva dos sistemas e, simultaneamente, alcançar uma curva descendente no registo de problemas”.