O Manchester City venceu esta terça-feira, de forma totalmente inequívoca, o Shakhtar Donetsk. Os campeões ingleses golearam em casa a equipa ucraniana (6-0) e cimentaram a liderança do Grupo F da Liga dos Campeões, beneficiando do empate entre Lyon e Hoffenheim. Gabriel Jesus assinou um hat-trick e David Silva, Riyad Mahrez e Raheem Sterling também contribuíram para a contabilidade final. O Shakhtar de Paulo Fonseca foi atropelado em Manchester, os citizens de Pep Guardiola voltaram a golear depois de terem batido o Southampton por 6-1 no passado domingo mas não é sobre nada disto que o mundo do futebol está a falar.
À passagem do minuto 24, já depois de David Silva ter inaugurado o marcador ainda antes do primeiro quarto de hora, Raheem Sterling aplicou a sua característica mudança de velocidade para chegar a uma bola de Fernandinho antes de Matviyenko, já dentro da grande área, tropeçou na relva e caiu no chão com grande aparato antes de conseguir sequer rematar. O árbitro da partida, o húngaro Viktor Kassai, assinalou grande penalidade – para total surpresa junto dos jogadores do Shakhtar. Gabriel Jesus foi chamado a marcar, não falhou, ampliou a vantagem do City e assinou o primeiro dos três golos que marcou na noite de terça-feira.
@ManCity ‘s @sterling7 awarded one of the most controversial penalties we’ve ever seen!
Referee has had a nightmare here. #cityvfcsd #ManCity pic.twitter.com/2Z2KzwDtvC
— Football Bet Club (@FBetClub) November 7, 2018
A decisão inexplicável de Viktor Kassai – à qual acresce a conivência do árbitro de baliza -, para além de muitas críticas, voltou a levantar a discussão sobre o facto de a Liga dos Campeões não ter VAR. Discussão essa que, contudo, já não tem razão de ser: a UEFA anunciou no final de setembro que o VAR será introduzido na Champions já a partir da próxima temporada e na Liga Europa em 2020/21. Nas redes sociais, para além das já tradicionais brincadeiras com o lance que teve Sterling como protagonista, foram feitas muitas ligações com a notícia que saiu na passada semana e que dava conta da intervenção de Gianni Infantino, atual presidente da FIFA e então secretário-geral da UEFA, para que o Manchester City e o PSG não sofressem sanções devido à violação do fair play financeiro – a troco de uma injeção de dinheiro financiada por Sheikh Mansour, o dono do clube inglês. Duncan Castles, jornalista desportivo, escreveu no Twitter: “Será que Raheem Sterling deveria ter dito ao árbitro que tropeçou? Suponho que esse tipo de honestidade é difícil quando o teu clube é de Abu Dhabi…”.
That Manchester City penalty. Should Raheem Sterling not have told the referee he tripped himself up? Suppose that kind of honesty is difficult when your club is owned by Abu Dhabi… #MCISHKhttps://t.co/MmolUyxOKZ
— Duncan Castles (@DuncanCastles) November 7, 2018
Na conferência de imprensa depois do jogo, Sterling admitiu que não tinha existido qualquer falta e pediu desculpa ao árbitro e ao Shakhtar Donetsk. “Ia picar a bola e não sei o que é que aconteceu a seguir. Acabei no chão e depois virei-me. Acho que não senti qualquer contacto, a culpa foi minha. Caí no chão. Peço desculpa ao árbitro e ao Shakhtar”, afirmou o internacional inglês. Muitas vozes críticas lembram que Sterling poderia ter dito a Viktor Kassai que tropeçou e que não existia qualquer grande penalidade – ato raro mas que já aconteceu algumas vezes – e mostram-se desiludidas com o jovem jogador, que é muitas vezes tido como “o melhor homem entre os futebolistas”.
Raheem Sterling. O miúdo que lavava casas de banho e apanhava três autocarros para treinar