Quando o velhusco e ultrapassado sistema NEDC foi substituído pelo novo e mais rigoroso WLTP em Setembro, poucos julgavam que iria condenar tantos modelos, de todos os construtores. E se os veículos equipados com motor sobrealimentado a gasolina foram os que mais foram penalizados, pela necessidade de passarem a estar equipados com filtro de partículas, até aqui exclusivo dos diesel, a verdade é que os híbridos plug-in também sofreram, com os A3 e-tron e Q7 e-tron a serem disso um bom exemplo.

O Audi A3 e-tron, com o seu motor 1.4 turbo a gasolina de 150 cv, associado a um motor eléctrico de 102 cv, alimentado por uma bateria de 8,8 kWh, anunciava segundo o NEDC um consumo de 1,6 litros e emitia somente 36 g de CO2. Sucede que estes valores estavam condenados a subir consideravelmente com a introdução do WLTP, da mesma forma que a autonomia em modo eléctrico desceria para baixo de 50 km, o que tornava o modelo menos interessante na maioria dos países, perdendo direito aos incentivos, especialmente na China.

Uma vez que a Audi deverá substituir em breve o A3 por uma nova geração, não fazia sentido estar a investir no velho A3 e-tron Sportback para, entre outras melhorias, o equipar com uma bateria maior do que os actuais 8,8 kWh. É preferível – e foi esta a decisão do fabricante – suspender a produção do modelo e esperar que o e-tron da nova geração esteja disponível.

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A situação do Q7 e-tron, cuja fabricação foi igualmente interrompida, é ligeiramente distinta, uma vez que o modelo ainda não chegou à fase de ser substituído. Contudo, o seu motor turbodiesel 3.0 V6 de 258 cv, apoiado por uma unidade eléctrica de 128 cv, alimentada por uma generosa (para PHEV) bateria de 17,3 kWh, garantia uma autonomia em modo eléctrico de apenas 56 km, valor que com o WLTP caía facilmente abaixo do número mágico da meia centena de quilómetros. O que levou à suspensão.

A Audi trabalha agora numa solução, que surgirá em 2019, não sendo ainda evidente se manterá o motor turbodiesel, com grandes vantagens em termos de consumo, ou se opta por um mais popular motor a gasolina, mais “guloso” mas ainda assim muito interessante, caso se adopte uma condução mais cuidadosa. Devido ao peso do Q7, fruto das respeitáveis dimensões (mais de 5 metros de comprimento), deverá ter à sua disposição uma bateria com uma capacidade superior.

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