O ex-presidente do Brasil Lula da Silva foi acusado de lavagem de dinheiro pela equipa da Lava Jato em São Paulo. Lula é acusado de intervir junto do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, para influenciar as decisões do governante em benefício do grupo empresarial brasileiro ARG.
Vários meios de comunicação social no Brasil estão a avançar a informação de que a equipa de procuradores em São Paulo que investiga o mega-esquema de corrupção Lava Jato avançou com a primeira acusação contra o ex-presidente do país. Na tese da investigação, Lula terá recebido cerca de um milhão de reais pela intervenção no negócio, entre 2011 e junho de 2012. O dinheiro terá chegado ao ex-presidente através das contas do Instituto Lula.
As polémicas de Lula da Silva, do triplex no Guarujá ao livro de Sócrates
O grupo empresarial foi também visado na acusação do Ministério Público. A Procuradoria-geral da República brasileira acusa o grupo liderado por Rodolfo Giannetti Geo da prática dos crimes de tráfico de influência em transação comercial internacional e lavagem de dinheiro.
A acusação, citada pela imprensa brasileira, refere que Lula da Silva interveio junto de Obiang, já depois de deixar a presidência, para garantir que a Guiné Equatorial mantinha aberta a contratação do grupo ARG, sobretudo na construção de estradas. “As provas do crime denunciado pelo Ministério Público Federal foram encontradas nos e-mails apreendidos em busca e em apreensão realizada no Instituto Lula em março de 2016 na Operação Aletheia, 24ª fase da Operação Lava Jato de Curitiba”, refere uma nota da equipa da Lava Jato.
No Paraná, onde a investigação deu os primeiros passos, Lula da Silva já foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no chamado Caso Tríplex. Esta sexta-feira, num dos mais recentes desenvolvimentos deste caso, o ex-presidente foi acusado juntamente com a sucessora, Dilma Rousseff, de associação criminosa.
Lula da Silva e Dilma Rousseff acusados do crime de associação criminosa