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Alguém cumprimenta o príncipe saudita? Putin desfez a dúvida com um "high five"

Este artigo tem mais de 5 anos

Na abertura da cimeira do G20, em Buenos Aires, na Argentina, o presidente russo cumprimentou Mohammed bin Salman com entusiasmo. Vários líderes quiseram discutir o caso Khashoggi.

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AFP/Getty Images

AFP/Getty Images

Com as suspeitas de envolvimento no assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, Mohammed bin Salman está no centro das atenções na cimeira do G20, que se realiza esta sexta-feira em Buenos Aires, na Argentina. A especulação à volta de quem seriam os líderes que iriam cumprimentar o príncipe herdeiro da coroa — e quem o ia deixar de parte — foi muita, mas Vladimir Putin, de sorriso na cara, não hesitou e quebrou o gelo ao cumprimentar MbS de forma efusiva no início da reunião, com direito a uma pequena conversa. Podia ser um simples aperto de mão, mas teve um “high-five” e muitos sorrisos pelo meio.

O presidente da Rússia tem um interesse em comum com a Arábia Saudita: a queda do preço do petróleo, que preocupa os dois governos. Depois da reunião entre os dois líderes, que, entre os temas, teve o assassinato do jornalista morto no consulado saudita em Istambul, os dois continuavam bem dispostos. Já na hora de tirar a tradicional “fotografia de família”, o príncipe saudita ficou no último lugar da última fila, não querendo captar qualquer atenção. Segundo a agência Reuters, chegou até a abandonar o palco rapidamente, sem cumprimentar ou falar com os restantes lideres — que, aparentemente, também o tentaram evitar. Incluindo Donald Trump.

E não foi apenas Putin que quis discutir estes temas com bin Salman, que se tornou uma das figuras mais disputadas para encontros bilaterais na cimeira do G20. Theresa May, a primeira-ministra britânica, já anunciou que pretende levantar o tema do assassínio de Jamal Khashoggi no encontro com bin Salman. “Tenciono falar com o príncipe herdeiro da coroa da Arábia Saudita. A mensagem que passarei é muito clara (…) no tema de Jamal Khashoggi, mas também no do Iémen”, disse esta sexta-feira Theresa May. A líder do governo britânico pretende um esclarecimento cabal sobre o assassínio e também estar preocupada com a situação humanitária no Iémen, explicando que a solução de longo termo para este país “é uma questão política” e que encorajará todas as partes para encontrar essa solução.

O presidente francês, Emmanuel Macron, é outro dos líderes presentes na cimeira do G20 que leva na agenda o tema Khashoggi e já teve uma breve conversa com Mohammed bin Salman sobre esse assunto na quinta-feira, à chegada a Buenos Aires. Segundo o gabinete de Macron, o presidente francês transmitiu a bin Salman o desejo dos europeus de “associar especialistas internacionais à investigação” do assassínio do jornalista.

Também o presidente do Canadá, Justin Trudeau, prometeu levantar a questão do crime que vitimou Khashoggi, durante os dias da cimeira. Esta semana, o governo do Canadá impôs sanções a 17 sauditas suspeitos de envolvimento no assassínio, congelando os seus bens e impedindo a sua entrada no país.

Na agenda de reuniões bilaterais com bin Salman não está, contudo, o nome do Presidente dos EUA, Donald Trump, que esta semana repetiu não ter “provas concretas” da ligação de Mohammed bin Salman no assassínio e que continua a dizer que a Arábia Saudita é um importante aliado dos EUA. Trump diz que gostaria de reunir com bin Salman em Buenos Aires, mas confirmou que a reunião bilateral não fora marcada “por falta de tempo”.

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