A bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE) escreveu sexta-feira ao primeiro-ministro a avisar que Portugal está perante “uma catástrofe e uma calamidade sem precedentes” com 5.000 cirurgias adiadas.

A Ordem dos Enfermeiros pede a intervenção urgente de António Costa para encontrar “uma solução para a carreira e para a contratação de mais enfermeiros”.

“Não será possível nos próximos anos recuperar desta catástrofe”, escreve a bastonária da OE, Ana Rita Cavaco, sobre a greve de enfermeiros em blocos operatórios que se prolonga há duas semanas e vai continuar até ao final deste mês.

A Ordem dos Enfermeiros diz que sempre esteve disponível para “a procura de consensos e soluções”, tendo isso funcionado “na reta final da anterior equipa do Ministério da Saúde”.

Na carta a que a agência Lusa teve cesso, sobre a nova equipa ministerial, em funções desde meio de outubro, a bastonária refere que constatou “com enorme surpresa” a marcação de uma audiência pedida à ministra Marta Temido para dia 17 de dezembro, considerando que a ministra preferiu “receber outras ordens profissionais, não se mostrando disponível para dialogar sobre uma situação desta gravidade”, como a da “greve cirúrgica” dos enfermeiros”.

Ana Rita Cavaco termina lembrando ao primeiro-ministro que a cada dia que passa são adiadas 500 cirurgias, “sem que exista uma negociação séria com os sindicatos”.

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