Os ingleses da Aston Martin, que ainda hoje têm um jeito muito especial para desenhar e construir excelentes automóveis, produziram entre 1965 e 1970 o DB6 MKII, tanto na versão coupé como descapotável, a que chamam Volante. Um veículo que tem tanto de lindo como de fabuloso, tendo inclusivamente sido escolhido para estar ao serviço de James Bond, num dos seus filmes.
A alma do DB6 MKII é um straight six, ou seja, um motor de seis cilindros em linha, com duas árvores de cames à cabeça e 3.995 cc, o que lhe assegurava 286 cv. Hoje pode não ser uma potência impressionante, mas há quase 50 anos era capaz de fazer revirar os olhos mesmo ao condutor mais atrevido, especialmente por estar instalado num desportivo com mais de 4,6 metros de comprimento, mas com um peso de apenas 1.450 kg.
Passado quase meio século, os DB6 MKII Volante que ainda andam por aí a circular continuam deslumbrantes, mas o seu motor está velhote e, mesmo que seja reparado, continuará sempre a poluir muito, o que impede muitos dos seus proprietários de utilizá-lo com a frequência que gostariam. Para resolver este dilema, a Aston Martin Works, a divisão da marca britânica especializada na recuperação e manutenção de veículos clássicos, criou uma solução.
Denominada internamente como “Cassette EV”, trata-se de um processo reversível, em que se retira tudo o que diz respeito ao motor a gasolina e, no seu lugar, coloca-se um motor eléctrico e uma bateria para o alimentar, sem intervir no resto do veículo, excepto onde não seja estritamente necessário mexer, para que tudo funcione correctamente.
A Aston Martin afirma que, para este projecto, que visa que qualquer um dos seus clientes de carros clássicos o possa facilmente transformar num clássico eléctrico, recorreu aos ensinamentos que colheu com o desenvolvimento da berlina 100% eléctrica Rapid E, destinada a ver, em breve, a luz do dia.
As primeiras conversões através da “Cassette EV” vão estar disponíveis a partir de 2019, sensivelmente na mesma altura em que a Aston Martin espera revelar o Rapid E, ou seja, no último trimestre do próximo ano, estando apenas prevista a produção de 155 unidades da nova berlina eléctrica.