Marta Jordão do Paço, de 13 anos, pratica surf há pouco mais de um ano e integra o Surf Clube de Viana do Castelo (SCV). Tiago Prieto é o seu treinador. Apesar de ser cega, Marta não deixa que essa limitação física comprometa uma prestação exemplar no surf. E a prová-lo, mais uma vez, foi o que conseguiu na última semana: uma medalha de bronze no Mundial de Surf Adaptado.
A adolescente de Viana do Castelo representou este ano a seleção portuguesa de surf adaptado no “ISA World Adaptative Surfing Championship”, que decorreu entre os dias 12 e 16 de dezembro, na praia de La Jolla, em San Diego, Califórnia. A acompanhá-la, participaram mais dois atletas portugueses: Nuno Vitorino, de 41 anos (que conquistou a medalha de cobre) e Camilo Abdula, de 38 anos (que ficou em 13.º luga)r. O resultado final deu a Portugal a 12.ª posição no Mundial.
Em entrevista à Surf Total, Marta conta que o surf surgiu na sua vida no ano passado e que, a partir daí, nunca mais o largou. “A minha mãe tinha um café que era frequentado pelos instrutores do Surf Clube de Viana. Eles conheceram-me e desafiaram-me para experimentar surf”, conta. Marta competiu pela primeira vez no campeonato que o Surf Clube de Viana organizou em dezembro do ano passado, do qual guarda a “recordação mais especial”. A maior dificuldade “é saber qual o momento certo de entrar nas ondas”, mas é com a ajuda do seu treinador que consegue ultrapassá-la.
O campeonato mundial de surf adaptado foi criado para dar aos surfistas com deficiência e mobilidade reduzida a oportunidade de participarem numa competição mundial no estilo paralímpico. Este ano, a prova contou com a presença de 120 atletas, provenientes de 24 países. Segundo a Federação Portuguesa de Surf, os três atletas portugueses foram escolhidos depois de um estágio liderado pelo treinador da equipa nacional, Bernardo Abreu.
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Esta foi a segunda participação de Portugal no mundial de surf adaptado. No ano passado, o país estreou-se no campeonato com a participação do atleta Nuno Vitorino, numa prova que reuniu surfistas de 20 países, também na Califórnia. Em ambas as provas, os atletas contaram com a ajuda de um técnico exclusivo, de maneira a que se reunissem todas as condições para os incluir na competição.
[Veja como Marta dominou as ondas e conquistou o bronze]