“Terra Franca”

No seu primeiro filme de longa duração após ter ganho, em 2016, o Urso de Ouro de Melhor Curta-Metragem do Festival de Berlim com “Balada de um Batráquio”, a jovem realizadora Leonor Teles rumou a Vila Franca de Xira, de onde é natural, para acompanhar, ao longo de um ano, o dia-a-dia de uma família, a de Albertino Lobo, pescador no Tejo, casado com a dona de um pequeno café, e com duas filhas, uma já mãe, a outra prestes a casar. Percebe-se a intenção da realizadora em homenagear e dar a ver a cidade onde nasceu e as suas gentes. Só que a existência anódina, quotidiana, sem sobressaltos de maior, totalmente igual a de milhões de outras famílias portuguesas, da família Lobo, não é suficiente para justificar um documentário com esta duração e captar o interesse dos espectadores. E Leonor Teles nem explora oportunidades para aprofundar “Terra Franca”, como por exemplo, mostrar o que é ganhar a vida a  pescar no Tejo no início do século XXI, ou o que pode significar para o Sr. Albertino não conseguir renovar a licença de pesca. O tema do filme é curto e o olhar da realizadora muito passivo.

“Astérix: O Segredo da Poção Mágica”

Desde 1976, quando se estreou “Os 12 Trabalhos de Astérix”, que não havia uma longa-metragem de animação protagonizada pelos gauleses criados por Goscinny e Uderzo, que não fosse baseada num álbum de Astérix e Obélix. Este filme de animação digital realizado por Alexandre Astier e Louis Clichy, é assim apenas o segundo com um argumento original. Tudo começa quando o druida Panoramix dá uma valente queda quando está a colher visco, o que o convence que é tempo de procurar um jovem druida que lhe possa suceder e seja digno de ser depositário da fórmula secreta da poção mágica que confere uma força sobrenatural a quem a beber.  Assim, Panoramix  pega em Astérix e Obélix, e vão percorrer a Gália em busca do candidato ideal para a função. Entre os actores que dão as vozes ás várias personagens de “Astérix: O Segredo da Poção Mágica”, encontra-se Christian Clavier na de Astérix, papel que interpretou nos dois primeiros filmes de imagem real desta série, “Astérix e Obélix Contra César” (1999) e “Astérix e Obélix: Missão Cleópatra” (2002).

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“Vox Lux

Na sua segunda longa-metragem como realizador, após “A Infância de um Líder” (2015), o actor americano Brady Corbet filma, em dois tempos, a história de Celeste, que em 1999 sobrevive a um massacre como o de Columbine na sua história, e ao cantar, na vigília de homenagem ás vítimas, uma canção que compôs com a irmã, torna-se numa vedeta do dia para a noite. Decorridos quase 20 anos, Celeste é uma diva pop de 30 e muitos anos, cínica e arrogante, caprichosa e errática, com uma filha adolescente, e sempre uma sobrevivente. Mete-se nos copos e nas drogas, protagonizou um escândalo envolvendo um desastre de automóvel e está a tentar reativar a carreira, com um novo álbum e uma digressão que começa com um concerto na sua Staten Island natal. Natalie Portman interpreta a Celeste mais velha, Raffey Cassidy, num duplo papel, personifica-a na adolescência e depois faz de Albertine, a sua filha, e Jude Law é o agente sabidão da diva. “Vox Lux” foi escolhido como filme da semana pelo Observador, e pode ler a crítica aqui.