Há cerca de quatro anos que a Harley-Davidson trabalha afincadamente na sua primeira moto eléctrica, solução com que o fabricante de Milwaukee conta para estancar a contínua quebra das vendas. Mas a adopção do silencioso motor eléctrico, em vez do mítico V2 a gasolina, com pouca potência mas muita cilindrada e força, caracterizado por uma sonoridade ímpar, está longe de ser uma aposta ganha à partida.

Apesar de revelar a versão definitiva da LiveWire, a Harley-Davidson confessou que ainda há uns pormenores a acertar, a começar pelas baterias que vai utilizar, bem como a potência do motor, que optou por anunciar mais tarde. Comprometeu-se, isso sim, com os valores que pretende garantir à data de lançamento, que passam por assegurar 110 milhas de autonomia, cerca de 177 km, bem como a capacidade de ir de 0-97 km/h (0-60 milhas) em 3,5 segundos. Comparando estes valores com outras motos eléctricas já disponíveis no mercado, é possível determinar que a LiveWire não deverá andar longe dos 14 kWh de capacidade de bateria, para um motor que rondará os 70 cv.

A LiveWire, com um estilo muito diferente do que a Harley nos tem vindo a habituar, mais próximo de uma “café racer”, vem equipada de série com suspensões Showa, travões Brembo e sistemas de ABS e controlo de tracção, o que significa que o fabricante está a apontar para uma eficiência superior em termos de comportamento, visando os clientes que se queiram a entregar a uma condução mais desportiva, bem ao contrário do que é normal nos modelos da marca a gasolina. Contudo, este tipo de abordagem irá reduzir drasticamente a já de si acanhada autonomia.

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Em Las Vegas soubemos ainda que a Harley-Davidson já abriu o período de encomendas, com um preço de 29.799 dólares, sem impostos. O site da marca em Portugal, não só informa que as encomendas começam em Fevereiro, como prevê um preço de 34.500€, com as entregas a arrancarem a partir de Setembro.

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Além da LiveWire, a Harley-Davidson mostrou ainda quatro novos protótipos de motos e bicicletas eléctricas, como que a provar que a mudança da gasolina para a bateria é uma realidade que vai alastrar rapidamente a toda a gama. Destaque para a moto de cross denominada HD Electric Concept 1, e para a scooter sem protecções aerodinâmicas, a HD Electric Concept 2. Ambas vão ser complementadas por uma moto muito ligeira e ágil com características para todo-o-terreno (a fazer lembrar uma mountain bike, mas sem pedais), e por uma bicicleta convencional com assistência eléctrica. Curiosamente, tanto a scooter como a mountain bike parecem prever a possibilidade de retirar facilmente a bateria, para que se possa levar para casa e, aí, recarregá-la.