O presidente norte-americano ofereceu um “compromisso de senso comum” sobre a imigração para acabar com o shutdown, que dura há mais de quatro semanas. Uma das propostas tem a ver com os Dreamers, as crianças que chegam ilegalmente ao país. Donald Trump quer dar mais três anos de proteção a estes imigrantes em troca dos 5,7 mil milhões de dólares que precisa para construir o muro na fronteira com o México.

Trump, que apresentou as medidas este sábado numa conferência de imprensa na Casa Branca, disse que o sistema de imigração dos Estados Unidos da América está “muito estragado” e que está a dar ao Congresso “um caminho para acabar com o shutdown do governo e resolver a crise na fronteira do sul”. O presidente defende que “há uma crise humanitária e de segurança” e que é preciso agir com urgência. Há “milhares de crianças que são exploradas por traficantes e cartéis” e “uma em cada três mulheres” é “alvo de agressão sexual no caminho até à fronteira norte-americana. “O nosso sistema de imigração devia ser um motivo de orgulho, não uma fonte de vergonha como é em todo o mundo”, afirmou.

De acordo com a CNN, as propostas do presidente, que Trump descreveu como um “compromisso de senso comum que ambos partidos deviam abraçar, incluem:

  • Três anos de alívio legislativo para 700 mil imigrantes protegidos pelo programa DACA, que protege crianças da deportação, incluindo acesso a autorizações de trabalho e a números de segurança social;
  • Extensão de três anos do Estado Temporário de Proteção;
  • Investimento de 800 milhões de dólares em assistência humanitária;
  • Investimento de 850 milhões de dólares em tecnologia de deteção de drogas;
  • 2.750 guardas de fronteira e outros profissionais;
  • Criação de 75 novas equipas de juízes para reduzir o número de casos de imigração nos tribunais.

O Partido Democrata já disse que não aceita as propostas de Donald Trump, que considera inaceitáveis. Num comunicado divulgado antes do início da conferência do presidente, Nancy Pelosi, líder da Câmara dos Representantes, afirmou que os democratas só aceitam negociar se Trump acabar com o shutdown. “Infelizmente, as primeiras informações que recebemos deixam claro que esta proposta é uma compilação de várias iniciativas anteriores que foram rejeitadas. Casa uma delas é inaceitável e, na sua totalidade, não representam um esforço de boa fé para restaurar a certeza na vida das pessoas. É pouco provável que alguma destas provisões passe na Câmara dos Representantes”, disse a democrata.

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Ao 17.º dia de shutdown, Trump perguntou: “Quanto mais sangue temos de perder para o Congresso fazer o seu trabalho?”

O governo federal dos Estados Unidos da América está parcialmente encerrado desde 22 de dezembro de 2018, como resultado da falta de entendimento entre os republicanos e democratas no Congresso, ou seja, as duas câmaras do sistema político norte-americano, e que têm como responsabilidade negociar e definir o Orçamento do Estado. É o mais longo shutdown da história do país.