A estação do Metro de Arroios, encerrada desde o verão de 2017 para obras, não vai reabrir na data prevista, o primeiro trimestre deste ano. Em resposta a uma pergunta colocada por deputados do Bloco de Esquerda, o gabinete do ministro do Ambiente, Matos Fernandes, confirma a derrapagem no prazo de execução obra e avança com novas datas indicativas para a sua conclusão: final de 2020 ou início 2021.

O Metro de Lisboa já tinha anunciado a derrapagem no calendário desta intervenção, motivada por atrasos da parte do empreiteiro, e que levaram inclusive à rescisão do contrato de empreitada no início deste ano com a construtora Opway. A resposta dada ao Parlamento adiantava que o Metro pretendia lançar um novo concurso público internacional, com prévia qualificação, até ao final do mês de janeiro. Em resposta ao Observador, fonte oficial da empresa disse que o novo concurso público para a conclusão da obra será lançado em breve, tendo já sido iniciados pelo Metropolitano de Lisboa os procedimentos legais para o efeito. A empresa aguarda a publicação dos instrumentos legais que permitam proceder ao lançamento do novo concurso público.

Na origem da rescisão do contrato empreitada estiveram desvios na afetação de meios ao contrato para a estação de Arroios, bem como atrasos nos prazos de construção por parte da empresa Opway, construtora que fazia parte do universo Espírito Santo e que já passou por um PER (Processo Especial de Revitalização), tendo sido adquirida pela Nacala Holdings. Segundo informação enviada ao Parlamento, a Opway venceu o concurso inicial por ter apresentado um prazo de 180 dias inferior ao previsto e um preço também abaixo do valor base do concurso.

As obras de reabilitação da estação de metro de Arroios tinham um custo estimado de 5,9 milhões de euros, mais 1,3 milhões de euros do que o inicialmente previsto, e um prazo de execução de 24 meses. Em causa está o alargamento do cais para 105 metros de forma a permitir a circulação de comboios com seis carruagens, bem como a instalação de elevadores no acesso à Praça do Chile. O encerramento da estação de Arroios permitiu à Linha Verde do metro usar um maior número de composições por comboio, reforçando a oferta nesta linha.

O Metro de Lisboa anunciou um aumento recorde de passageiros no ano passado, de 4,7%. Foram transportados 169 milhões de passageiros e as receitas cresceram 5,4% para 114 milhões de euros. Segundo a empresa estes números refletem também um reforço da oferta para um nível recorde de quase 27 milhões de carruagens por km. O Metro destaca também o investimento realizado nos anos de 2017 e 2018 para melhorar e desempenho e o serviço sem, no entanto, avançar valores. E lembra que, pela primeira vez, o serviço funcionou toda noite, na noite de Santo António.

Atualizado às 12.30 do dia 1 de fevereiro com resposta do Metro de Lisboa.

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