O Facebook e o Twitter anunciaram, na quinta-feira, que eliminaram milhares de contas que fariam parte de uma rede ligada ao Irão, Rússia e Venezuela e que tinham como objetivo influenciar decisões políticas regionais e internacionais.
A empresa norte-americana liderada por Mark Zuckerberg excluiu 783 páginas, grupos e contas que mostravam “comportamento falso e coordenado no Facebook e no Instagram” do Irão, de acordo com o chefe de cibersegurança do Facebook, Nathaniel Gleicher.
“Estamos a trabalhar constantemente para detetar e interromper este tipo de atividade porque não queremos que os nossos serviços sejam usados para manipular as pessoas”, sublinhou Nathaniel Gleicher em comunicado.
Removemos essas páginas com base no comportamento delas, não no conteúdo publicado. As pessoas por trás dessa atividade coordenaram-se e usaram contas falsas”, acrescenta Gleicher.
Segundo aquele especialista, as contas publicaram conteúdo favorável ao regime de Teerão e contra o Ocidente e vizinhos regionais, como a Arábia Saudita e Israel. As páginas, algumas das quais estavam ativas desde 2010, obtiveram cerca de dois milhões de seguidores na rede social Facebook e mais de 250 mil seguidores no Instagram, uma empresa que também é detida pelo grupo californiano. Além disso, essas contas investiram quase 25 mil euros em publicidade no Facebook e no Instagram e organizaram oito eventos entre os seus seguidores.
Em relação ao Irão, várias atividades dessas contas estavam direcionadas para um país ou região específica, como Afeganistão, Albânia, Argélia, Bahrein, Egito, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Irão, Iraque, Israel, Líbia, México, Marrocos, Paquistão, Catar, Arábia Saudita, Sérvia, África do Sul, Espanha, Sudão, Síria, Tunísia, EUA e Iémen.
Por sua vez, a empresa norte-americana Twitter revelou na quinta-feira que eliminou milhares de contas falsas da Rússia, do Irão e da Venezuela que visavam influenciar a política dos Estados Unidos e nos seus próprios países. A rede social identificou duas operações na Venezuela que envolveram cerca de duas mil contas de origem irregular, quase 500 usuários falsos controlados pela Rússia e cerca de 300 manipulados pelo Irão.
No caso da Rússia, foram descobertas duas operações criadas na Rússia, uma ativa para vários países e outra direcionada especificamente para a Ucrânia. A empresa norte-americana removeu 364 páginas e contas de uma rede produzida na Rússia e operada nos países bálticos, na Ásia Central, no Cáucaso e nos países da Europa Central e Oriental. Os administradores dessas contas criaram páginas falsas com notícias independentes, e foi descoberto que algumas das contas estavam ligadas aos funcionários da Sputnik, uma agência noticiosa de Moscovo.
Em setembro, o Facebook e o Twitter defenderam perante o Senado dos Estados Unidos que as empresas tinham aumentado os seus esforços para identificar e fechar contas falsas e aumentar a transparência na publicidade. Meses antes, Zuckerberg assumira a responsabilidade pela filtragem em larga escala de dados para a empresa Cambridge Analytica no âmbito das eleições presidenciais realizadas em 2016 nos Estados Unidos.
Tanto o Facebook como o Twitter asseguram o controlo regular das redes sociais, para isso investem na criação de tecnologias mais avançadas, na contratação de mais pessoas especializadas e no trabalho em parceria com as outras empresas de segurança, tecnologia e policiais.
Pode ver algumas dessas páginas nesta fotogaleria.