A Ford, fabricante norte-americano com uma forte presença no continente europeu, tem as suas representações mais importantes localizadas no Reino Unido, maioritariamente, e na Alemanha. A possibilidade de o Brexit acontecer sem acordo, levará a penalizações fiscais importantes que podem tornar pouco interessante a produção de veículos em Inglaterra.

Feitas as contas, a Ford estima que, caso a saída ocorra de forma caótica, os prejuízos para a empresa poderão ascender a 1000 milhões de dólares, cerca de 875 milhões de euros, tudo dependendo das taxas à importação que sejam impostas pela União Europeia de produtos oriundos do Reino Unido. Contudo, o responsável financeiro da Ford, Bob Shanks, já revelou que a empresa está a preparar-se para essa eventualidade.

Esta preparação de que a Ford fala poderá assumir diversos contornos, nenhum deles bom para Inglaterra. Este construtor, tal como os restantes, poderá seguir um de dois caminhos, sendo o primeiro exigir que o Governo inglês o compense pelos 10% que terá de pagar para exportar para o seu principal mercado, a Europa. O plano B será deslocar, imediatamente ou a prazo, as instalações fabris inglesas para países da União, o que resultará num prejuízo ainda maior para o Reino Unido, que assim perderá postos de trabalho e os impostos resultantes do funcionamento dessas mesmas fábricas.

Por outro lado, a Ford – que possui hoje uma força de trabalho de 53.000 funcionários em solo europeu, 13.000 dos quais em Inglaterra – está a preparar-se para despedir uns milhares de trabalhadores para tornar rentável a operação europeia.

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