Mais de 30 elementos das forças de segurança da Índia foram mortos numa autoestrada em Caxemira. Segundo relata o Washington Post, o rebentamento foi causado por um carro armadilhado com uma bomba e as autoridades locais já reconheceram a existência de 34 mortos mas acrescentam que o número pode vir a aumentar. Este é o pior ataque bombista nesta região desde 1989 — região onde a soberania da Índia é fortemente contestada pela população maioritariamente muçulmana.
O ataque deu-se perto da cidade de Srinagar, quando uma caravana de alta segurança seguia por esta estrada fortemente vigiada. Alguns testemunhos locais afirmam que o engenho explosivo estava escondido num carro e foi acionado assim que o autocarro das forças de segurança se aproximou.
“É um ataque terrorista e já estamos a tentar perceber como foi possível acontecer”, disse S.P. Pani (chefe da polícia de Caxemira) à imprensa local.
É bastante provável que este ataque vá inflamar as tensões entre a Índia e o Paquistão, duas nações que reclamam o controlo da região dos Himalaias. A Índia acusa o Paquistão de abrigar e apoiar milícias que atravessam a fronteira para levar a cabo vários ataques em solo indiano.
Os grupos insurgentes lutam por um de dois cenários possíveis: a criação de um estado independente ou a anexação ao Paquistão
O primeiro-ministro Narendra Modi, que se prepara para tentar conquistar a reeleição no final da Primavera, classificou o ataque como “malévolo” numa publicação na sua conta de Twitter. “Condeno veemente este malvado ataque”, escreveu o governante. “O sacrifício das nossas corajosas forças de segurança não será em vão.”
Attack on CRPF personnel in Pulwama is despicable. I strongly condemn this dastardly attack. The sacrifices of our brave security personnel shall not go in vain. The entire nation stands shoulder to shoulder with the families of the brave martyrs. May the injured recover quickly.
— Narendra Modi (@narendramodi) February 14, 2019
Modi tem vindo a defender duras medidas no que toca à segurança interna. Uns dias antes deste ataque terá ordenado “intervenções cirúrgicas” aos comandos indianos, tendo como alvo esconderijos rebeldes em território paquistanês.
Satya Pal Malik, o governador dos estados de Jammu e Caxemira, afirmou esta quinta que o ataque “pareceu ter sido coordenado do outro lado da fronteira” — referindo-se ao Paquistão — num comunicado entretanto enviado à agência noticiosa ANI. A comunicação social local afirma que o grupo rebelde Jaish-e-Muhammad já reivindicou a autoria do ataque.