Está clarificada a posição sobre a moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS: o PSD vai votar a favor. A notícia foi avançada pelo vice-presidente David Justino à Rádio Renascença esta manhã e confirmada ao final da manhã por Rui Rio num comunicado do grupo parlamentar partilhado via Twitter que, diz Rio, é a “posição oficial do PSD sobre a sessão plenária da Assembleia da República na próxima quarta-feira”. Ou seja, mais nenhuma é válida. O voto do PSD vai ser a favor, mas sem antes Rio desvalorizar a iniciativa em toda a linha: “É por demais evidente que a moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS não tem qualquer efeito prático”.

O CDS anunciou que iria apresentar uma moção de censura ao Governo na última sexta-feira, mas Rui Rio preferiu manter-se em silêncio sobre esse tema durante o fim de semana. Tudo para não “dispersar” as atenções do debate de “ideias” que se travava na convenção do Conselho Estratégico Nacional, em Santa Maria da Feira.

Agora, em declarações à Renascença, o vice-presidente do PSD David Justino começou a pôr fim à especulação: “Não tem muito sentido nós estarmos, por um lado, a dizer que estamos contra o Governo, estarmos a fazer oposição e, por outro lado, não secundar a posição do CDS”, disse, sublinhando que, “se nada mudar”, “muito provavelmente” a posição do PSD vai ser no sentido de votar a favor.

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O debate e a votação da moção de censura vão decorrer esta quarta-feira, no Parlamento, e já se sabe que os partidos da maioria de esquerda vão votar contra. O que significa que a moção não vai ser aprovada.

Por essa razão, o comunicado oficial do PSD tem três pontos e os dois primeiros são logo a desvalorização da iniciativa. “Como é por demais evidente, a moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS não tem qualquer efeito prático. A par de algumas notícias, a sua única consequência é a realização de um debate regimental na Assembleia da República na próxima quarta-feira”, lê-se. Só depois se clarifica que “o GP/PSD voltará a repetir as críticas que tem vindo a fazer ao Governo e, consequentemente, votará a favor de uma censura à política socialista que tem vindo a ser seguida”.

Caso a moção de censura fosse aprovada, implicava a queda do Governo. Esta é já a segunda vez que o CDS avança com uma iniciativa deste género, tendo a primeira sido na sequência da tragédia dos fogos de outubro de 2017. Também nessa altura, o PSD votou a favor, ao lado do CDS, enquanto PS, BE, PCP e PAN votaram contra.

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