Neste espetáculo não há espaço para excessivos risos como a maioria poderia imaginar. Há sim espaço para a verdadeira arte de clowning, com a sua simplicidade poética onde as palavras não precisam de entrar para maravilhar crianças, mas também os adultos e, por isso, existe também espaço para lágrimas.
Foi Slava Polin, ou Vyacheslav Polunin, o homem por trás deste espetáculo criado em 1993, e é considerado o “mestre russo que salvou o clowning”. Nascido numa pequena cidade russa, começou a representar como mimo, imitando o famoso actor de cinema mudo, Charlie Chaplin, quando ainda estava no ensino secundário.
Na noite de passagem de ano de 1980 para 1981, apareceu pela primeira vez na televisão com umsketch de um dos seus maiores espectáculos, “Asisyai”. A partir daí, a sua fama foi crescendo e, em 1993, criou a sua obra prima: Slava’s Snowshow, que fez dele uma estrela internacional e levou a que o considerassem, até aos dias de hoje, como um dos maiores artistas de artes performativas do mundo. Hoje com 69 anos foi também criador dos shows “Asisyai-revista” e “Diabolo”, além de vários números para o Cirque du Soleil.
A grande ausência foi mesmo a do próprio Slava mas que esteve representado por um colega seu de longa data, Onofrio Colucci mas também pelo seu filho, Ivan Polunin, o ‘palhaço verde’, que o Observador acompanhou nos bastidores, em exclusivo.
O espetáculo, em digressão há mais de 25 anos, tem como compromisso transportar o público para um mundo imaginário, único e sem limites, no qual um pedaço de papel é capaz de desencadear tempestades de neve e no qual a noção do tempo é totalmente perdida.
As sessões acontecem de quinta-feira a domingo entre 28 de Fevereiro e 17 de Março no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa.