O Bloco de Esquerda responsabilizou, este sábado, PSD, CDS e PS pela situação do Novo Banco, depois de se saber que a instituição financeira vai pedir uma injeção de capital de 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução.

“O que aconteceu com o BES e o Novo Banco é uma lição do que não deve ser feito no país e tem responsabilidade no PSD, CDS e PS”, afirmou Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) falava aos jornalistas, em Amarante, onde se deslocou, este sábado, para tomar uma posição política sobre a barragem de Fridão, um aproveitamento hidroelétrico, no rio Tâmega, ao qual o BE se opõe.

Falando sobre a questão do Novo Banco, afirmou: “Neste momento, não sei como é possível o mesmo Governo que diz que não há dinheiro para reivindicações laborais que, quando olhamos para a dimensão do novo Banco, são, de facto, tão modestas, continuar sem compreender que é preciso uma alteração profunda da forma como este país lida com o sistema financeiro”.

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A dirigente reafirmou que PSD e CDS “mentiram ao país” quando disseram que a resolução do BES não ia ter custos para o erário publico, “mas já vai em mais de cinco mil milhões de euros”.

Considerou ainda que o Governo do PS mentiu “quando garantiu que a venda do Novo Banco era a melhor forma de travar o gasto de dinheiro público com o ex-BES”.

“Sempre dissemos: se nós pagamos, mais vale sermos donos. O banco devia ter ficado para o Estado, porque nós continuamos a pagar um banco que, de facto, foi entregue a acionistas privados, foi entregue a uma multinacional”, acentuou, concluindo: “Estamos a pagar os lucros dos outros. Nacionalizámos prejuízos e continuamos a pagar esses prejuízos”.

O Novo Banco vai pedir uma injeção de capital de 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução, divulgou o banco.

No ano passado, para fazer face a perdas de 2017, o Novo Banco já tinha recebido uma injeção de capital de 792 milhões de euros do Fundo de Resolução, pelo que, a concretizar-se o valor pedido agora, as injeções públicas ficarão em mais de 1.900 milhões de euros.

Catarina Martins recordou em Amarante que o BE defendeu que Estado devia ter nomeado um administrador “para poder controlar o que estava a acontecer”.

“O Estado não nomeou nenhum administrador e agora vem Mário Centeno [ministro das Finanças] dizer que quer uma auditoria. É trancas à porta depois da casa roubada, não tem nenhum sentido”, rematou.